Depois de ter sido mencionado que o regresso só aconteceria em Setembro, com uma nova imagem, e após terem sido despedidos em bloco os jornalistas que trabalhavam na redacção, “O Primeiro de Janeiro” está, esta segunda-feira, de volta às bancas.

Num editorial de primeira página assinado pelo novo director da publicação, Rui Alas Pereira, é explicado que o jornal volta agora com “um novo visual, um novo formato adaptado aos tempos novos, às exigências e às preferências, devidamente justificadas e estudadas” dos leitores.

Os textos do jornal estão a ser escritos pelos dez jornalistas do “Norte Desportivo” (que era um suplemento da publicação), em parceria com o “Notícias da Manhã” de Lisboa, que pertence ao mesmo grupo económico de “O Primeiro de Janeiro”, avançou à Lusa Rui Alas Pereira.

Também a página online do jornal já foi modificada, transformando-se, pelo menos por agora, num suporte do jornal em PDF. “A partir de hoje, de segunda a sexta, nas bancas (e em pontos de leitura cuidadosamente seleccionados e assinalados) estará um Janeiro mais atraente, mais consentâneo com os tempos modernos e mais forte, com uma reforçada distribuição de mais de 30 mil exemplares”, o que significa quase mais dez mil do que antes.

“Vamos continuar por aqui, (bem) dispostos a lutar para que os tempos novos da bonança possam fazer um Janeiro ainda mais forte, rejuvenescido e perfeitamente adaptado à modernidade. Daí que a nossa aposta passe também pela renovada edição online, certamente uma referência do que melhor se faz neste país digital”, adianta o editorial.

Por último, o novo director do jornal acrescenta: “de cara lavada e cabeça bem erguida, e com uma equipa de jornalistas profissionais experientes e competentes, prometemos ganhar mais este combate”.

Empresa “pretende descartar-se imoralmente dos jornalistas que explorou”

Por seu lado, os 32 jornalistas que compunham a redacção de “O Primeiro de Janeiro” não recebiam os salários desde Junho e o Sindicato dos Jornalistas (SJ) tem vindo a apelar a que não abandonem os postos de trabalho, mesmo na sequência das cartas de despedimento que receberam.

Segundo comunicado do SJ na passada sexta-feira, o facto de a administração do jornal relançar o jornal já na segunda-feira “significa que o detentor do jornal e da empresa empregadora dos jornalistas, na realidade uma entidade concreta chamada grupo Folha Cultural, pretende descartar-se imoralmente dos jornalistas que explorou até agora em condições de trabalho extremamente desfavoráveis”.

“Se o detentor do título considera que este deve manter-se no mercado – e o SJ também o considera! – não tem outra alternativa se não a de viabilizar o jornal com os mesmos profissionais que sacrificadamente o ajudaram a manter até agora e que têm seguramente capacidades para relançar a sua publicação”, refere o texto do sindicato.