Um acidente ferroviário na linha do Tua, esta sexta-feira, fez um morto e 25 feridos, dois deles em estado grave. A vítima mortal era uma mulher de 47 anos. Todas as vítimas são portuguesas.

A carruagem, que transportava 47 pessoas (a maioria turistas), tombou para o lado contrário do rio Tua, para uma ravina de cerca de três metros de profundidade. O sinistro ocorreu a um quilómetro da estação de Brunheda, em Carrazeda de Ansiães, distrito de Bragança, por volta das 11h.

Foi montado no local um posto médico avançado do INEM. Foram enviados 88 combatentes, três helicópteros e três viaturas médicas, para além de 39 veículos. Os feridos foram transportados para o centro de saúde de Carrazeda de Ansiães e para os hospitais de Vila Real e de Bragança.

Primeiras vistorias “não apontam para explosão”

Segundo o presidente da Câmara e do Metro de Mirandela, José Silvano, em declarações à Lusa, “o maquinista disse ter sentido uma explosão no bogie no momento antes do descarrilamento, mas não conseguiu perceber se ela ocorreu na linha ou na carruagem”. No entanto, o director de comunicação da CP, Carlos Madeira, disse ao JPN que “as primeiras vistorias feitas pelos técnicos enviados para o local não apontam para uma explosão”.

CP desvaloriza número de acidentes

José Silvano, em declarações à SIC Notícias, estranha “a ocorrência de tantos acidentes nos últimos tempos num local em que a segurança é controlada pela CP e pela Refer”. Trata-se do quarto acidente nesta linha no espaço de ano e meio – o mais grave ocorreu em Fevereiro de 2007 e fez três mortos. Devido a estas ocorrências, a linha já foi encerrada algumas vezes.

Carlos Madeira, da CP, desvaloriza este número, referindo que estes são os “únicos acidentes num século”. O porta-voz garante que a linha do Tua é segura e que, por se tratar de uma zona montanhosa, os comboios circulam a uma velocidade reduzida.

Para a CP, um acidente deste género não deverá constituir motivo para o encerramento da linha. “Se se fizesse isso em relação à sinistralidade rodoviária, a maioria das estradas portuguesas estariam cortadas”, disse Carlos Madeira.

Por enquanto, até que sejam apuradas as causas do acidente, a linha do Tua mantém-se sem circulação, anunciou a secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, numa visita ao local.