Primeiro apagaram tudo e depois voltaram a construir. Foi este o processo de criação do novo browser do Google, o Chrome. Lançado esta terça-feira à tarde, o novo programa daquela que é uma das mais importantes empresas do mundo da Internet vem entrar na competição que tem tido como líder indiscutível a Microsoft e o seu Internet Explorer.

O Google Chrome estava a ser desenvolvido há mais de dois anos, depois de um longo período durante o qual circularam rumores de que a empresa estava a trabalhar num browser, o que foi sempre negado.

Quem fizer a transferência do Chrome vai reparar em, pelo menos, duas particularidades que o distinguem da concorrência directa: a rapidez e o espaço que as páginas ocupam dentro dele. “Desenhámos uma janela simplificada. Para a maioria das pessoas, não é o browser que importa. É só uma ferramenta para correr as coisas importantes: as páginas, os sites e as aplicações que compõem a rede”, diz o comunicado de apresentação do Chrome.

O Google publicou esta semana uma banda desenhada a explicar, em 40 páginas, porque decidiram fazer um browser e quais os seus objectivos, para além do funcionamento do mesmo. Dentro do Chrome os separadores existem autonomamente, o que significa que se um deles deixar de funcionar o sistema não vai todo abaixo por arrasto.

Outra das novidades é o modo “incógnito” que permite abrir janelas que não deixam registo histórico das páginas visitadas.

Vários destes elementos já estão presentes noutros programas, como na nova versão do Firefox, lançada há poucos meses, mas ganham agora outra dinâmica. A versão lançada esta semana é ainda preliminar e, visto que o programa foi distribuído num sistema de open source, nunca vai existir um produto final, já que qualquer pessoa pode contribuir para melhorar o funcionamento do browser, à semelhança do que o Firefox permite. Aliás, várias das pessoas que construíram o Chrome foram contratadas pelo Google após o seu trabalho nas extensões para o Firefox.

“Devemos muito a projectos de open source e estamos aplicados em continuar esse caminho. Esperamos colaborar com toda a comunidade para ajudar a rede a andar para a frente”, refere a empresa.

Com o lançamento do Chrome reacendem-se os rumores de que o Google está no mercado para lançar um sistema operativo. O browser procura articular vários elementos, facilitando a ligação entre a Internet e o próprio ambiente de trabalho. Por outro lado, a ligação que existe entre o Google e a Mozilla (na forma de acordos que permitem que o Google seja o motor de busca por defeito do Firefox) também gerou comentários de que esta acção seria uma forma de “minar” o browser dessa empresa. “Nós queremos fazer do Firefox um sucesso, tal como outros browsers open source“, disse à revista “Wired” Linus Upson, director de engenharia.

“A Internet vai ficando melhor e melhor com mais opções e inovação. O Google Chrome é mais uma opção e nós esperamos que contribua para fazer com que a rede seja ainda melhor”, refere o comunicado do Google.