O substituto ósseo sintético Bonelike, desenvolvido por investigadores da Universidade do Porto (UP), estará disponível no mercado este mês, anunciou o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), em comunicado. O produto, “em fase final de certificação internacional”, resulta de sete pós-doutoramentos, 14 doutoramentos (sete deles concluídos) e de mais de 50 artigos publicados em revistas internacionais, levados a cabo por investigadores do ICBAS, da Faculdade de Engenharia (FEUP) e da Faculdade de Medicina Dentária da UP.

Patenteado em 1999, o Bonelike permite reduzir o tempo de recuperação após uma cirurgia, “mesmo em pacientes com idade relativamente avançada, possibilitando um tempo de recuperação após cirurgia muito diminuído”, refere a nota de imprensa.

Pode ser aplicado numa zona de fractura ou defeito ósseos, acelerando a regeneração do osso, como explicara o mentor do projecto, José Domingos da Silva Santos, da FEUP, em 2006, ao JPN.

“A semelhança de composição química possibilita uma mais rápida regeneração do defeito”, disse Silva Santos, que, com os colegas Garth W. Hastings e Jonathan C. Knowles, teve a ideia de desenvolver um novo substituto ósseo sintético capaz de mimetizar a composição química da parte mineral do osso humano.

Nessa altura, previa-se que em 2007 o Bonelike pudesse já ser comercializado. Entretanto, o projecto foi alvo de mais trabalhos académicos. O último, do qual resultou a fase de certificação internacional, é fruto de uma tese de doutoramento do ICBAS. José Ventura Lobato experimentou o Bonelike “em animais de biotério [viveiro para experiências laboratoriais] e de grande porte, no pólo de Vairão do ICBAS e de ensaios clínicos em pacientes de estomatologia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho EPE”.