Primeira edição do festival aconteceu em vários espaços do Porto.

Se os media digitais fazem tanto pela comunicação global, conhecimento e criatividade, como podem contribuir para o desenvolvimento da cultura a nível local? Foi esta pergunta que deu origem ao Future Places, um festival dedicado à relação entre media digitais e culturas locais, que começou a 7 de Outubro e terminou este domingo, no Porto.

Filipe Pais, professor de imagem e som na Escola Superior de Artes e Design (ESAD) das Caldas da Rainha e vencedor da competição do Future Places, considera que os media digitais são “objectos” que estão por toda a parte e que, por isso, afectam as culturas locais.

O “objecto” criado por Filipe Pais, a instalação “Living Room Plankton”, é uma criação visual interactiva que permite ao utilizador o contacto com um organismo artificial em crescimento.

Tema começa a suscitar interesse

O festival surgiu no âmbito do programa de colaboração entre a Universidade do Texas em Austin e Portugal. Objectivo: reunir pela primeira vez em Portugal o que de melhor se faz actualmente no mundo na área dos media digitais.

Fátima Simão, da organização do festival, diz que o tema começa a suscitar interesse em Portugal, sobretudo pelo carácter de novidade no cenário cultural nacional. A responsável admite a possibilidade de o Future Places se alargar internacionalmente. Asseguradas estão já edições nos próximos dois anos no Porto.

Pouca divulgação

Entre workshops, conferências e exibições, o Future Places foi decorrendo em moradas emblemáticas da cidade, como Serralves, Casa da Música, Maus Hábitos, Passos Manuel, centro comercial Stop e a reitoria da Universidade do Porto, que albergou até domingo a exposição de vários trabalhos submetidos a concurso.

Fátima São Simão reconhece algumas falhas na organização do festival, nomeadamente a divulgação, que atribui à pequena estrutura que o montou.