OE é “intenção de curto prazo”, diz Belmiro
“Enquanto não houver um plano a três ou quatro anos, que seja cumprido com algum rigor, o Orçamento [de Estado para 2009] é uma intenção de curto prazo. A única coisa que este orçamento pode provar é se o Governo vai pagar a toda a gente aquilo que deve”, afirmou o presidente do grupo Sonae, Belmiro de Azevedo, aos jornalistas.
Um sector difícil mas fulcral para equilibrar a balança comercial portuguesa. Estas foram algumas das opiniões sobre o papel da indústria no futuro de Portugal expressas esta terça-feira na Biblioteca Almeida Garrett, no Porto.
O presidente da Comissão da Administração da BA Vidro, Carlos Moreira da Silva, reconheceu que “não é fácil atrair as pessoas para a indústria”. Apesar do retrato, os participantes da conferência, organizada pela “Exame” e pelo “Expresso”, convergiram na importância deste sector para a economia portuguesa.
O presidente da Comissão Executiva da Sonae, Paulo Azevedo, vê no sector industrial a solução para combater o défice da balança comercial portuguesa. “O importante não é irmos aos supermercados do nosso país e vermos produtos unicamente nossos, mas sim irmos ao estrangeiro e encontrarmos produtos portugueses”, frisou ao JPN.
Preparar empresas para os momentos difíceis
No debate foi defendida a necessidade das indústrias portuguesas aumentarem a qualidade dos seus produtos. O objectivo é fazer face a um mercado cada vez mais competitivo no estrangeiro.
“Tem que se valorizar o que Portugal representa lá fora”, afirmou Frederico Fortunato, gerente da Kyaia.
O presidente da comissão executiva da Unicer, António Pires de Lima, enfatizou a importância das empresas estarem atentas ao futuro da indústria. “Procuramos preparar a empresa para um panorama que se adivinha nada bom”, disse. “É nos momentos de dificuldade que se vê o valor das empresas”.