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Os 44 Presidentes da história dos EUA

Os altos níveis de desemprego nos EUA e a pior crise desde a recessão da década de 1930 suscitam a urgência de uma nova direcção político-económica no país. Embora os recém-eleitos Barack Obama e Joe Biden só tomem posse da administração norte-americana no próximo ano, a 20 de Janeiro, as reformas políticas estão já a ser esquematizadas por uma equipa cuidadosamente seleccionada.

Obama tem escolhido vários colaboradores da última presidência democrata, a de Clinton (1993-2001), associada a uma época de forte recuperação e prosperidade norte-americana.

A equipa de transição entre as duas administrações da Casa Branca vai contar com a liderança de John Podesta, ex-chefe de gabinete na presidência de Clinton e actual presidente do Center for American Progress, um centro de pesquisa em Washington.

Chefe de gabinete apoiou guerra do Iraque

Rahm Emanuel, director financeiro e conselheiro político na administração Clinton, foi nomeado para o novo chefe de gabinete. Foi deputado pelo Partido Democrata na Câmara dos Representantes, eleito pelo distrito de Chicago, onde foi director de um banco de investimentos. Rahm é também conhecido por “Rahm-bo” dada a sua fama de político “duro” e de “estilo rigoroso”. A imprensa reconhece-lhe a capacidade de “bom angariador de fundos”.

Em 2006, tornou-se presidente do Comité da Campanha para o Congresso Democrático. Apoiou Bush quanto à Guerra do Iraque, mas apresentou-lhe críticas quanto às suas políticas nacionais.

Hillary ou Kerry podem ter lugar no governo

Segundo a NBC, Obama pondera nomear a ex-adversária do partido, Hillary Clinton, para secretária de Estado do novo governo.

O nome de John Kerry, ex-candidato democrata à presidência em 2004, surge como outra das hipóteses para a chefia da diplomacia norte-americana.

Afastar os lóbis da Casa Branca

John Podesta já fez saber que vão ser aplicadas as regras éticas “mais restritas e exigentes da história”.

Obama quer afastar o governo dos grupos privados e de interesse lucrativo. Durante as eleições, o Partido Democrata denunciou a alegada corrupção presente nos lóbis (grupos de pressão) de Wall Street, o que terá contribuído para a actual situação económica.

A equipa de Obama reflecte esta postura: nenhum dos políticos nomeados poderá ter exercido, nos 12 meses anteriores, funções nos lóbis da mesma área política que vai exercer, nem pode trabalhar com o Governo nos 12 meses seguintes, caso volte à actividade de lobbying.

“A recuperação não vai ser rápida, nem fácil”

Obama defendeu, na sua primeira conferência de imprensa após a eleição, que é necessário um plano de criação de emprego para salvar a classe média, para a qual pretende também reduzir os impostos. A solução, admite, não será “rápida”, nem “fácil”, pelo que o esforço vai-se reverter “em termos práticos e não partidários”.

Os EUA perderam 1,2 milhões postos de trabalho ao longo do último ano, apresentando uma taxa de desemprego nos 6,5%, a mais alta desde 1994.

Obama vai também encontrar-se na próxima segunda-feira, dia 17, com o ex-adversário às presidenciais, John McCain, para debater formas de cooperação.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico diz que é necessária uma política orçamental – uma vez que a impossibilidade de baixar as taxas de juro não permite uma política monetária -, mas com cautela dado o alto défice dos EUA (438 mil milhões de dólares, cerca de 320 mil milhões de euros).