A cidade indiana de Bombaim foi, esta quarta-feira à noite, alvo de ataques terroristas, dos quais resultaram cerca de 125 mortos e 300 feridos.

Os ataques terroristas em Bombaim provocaram, ate às 17h00 desta quinta-feira, 125 mortos e centenas de feridos nas explosões e disparos que atingiram hotéis de luxo, restaurantes e hospitais.

Pelo menos outras três vítimas mortais são cidadãos estrangeiros: um italiano, um australiano e um japonês, segundo a AFP. De acordo com a Lusa, estavam cinco portugueses entre os cerca de 200 turistas estrangeiros que, entretanto, conseguiram escapar do hotel Taj Mahal.

Várias pessoas foram feitas reféns em dois hotéis de cinco estrelas, mas, de acordo com informação divulgada pela polícia indiana de Maharashtra, já terá sido retomado o controlo da situação no Taj Mahal, onde, segundo a Reuters, foram encontrados hóspedes refugiados nos quartos e vários cadáveres.

Há, ainda, cerca de 20 a 30 reféns no Trident-Oberoi, entre eles vários estrangeiros, e alguns dos atacantes no interior, onde terá deflagrado um incêndio ainda esta noite. O hotel, situado na parte Sul da cidade de Bombaim, encontra-se cercado por elementos do Exército e comandos das forças antiterroristas indianas.

Relatos de pessoas que conseguiram escapar aos ataques indicam que os assaltantes procuravam cidadãos estrangeiros, sobretudo britânicos e norte-americanos para tomarem como reféns.

Os ataques foram reivindicados por um grupo islamita que se apresenta como os Mujaedines do Deccan. Em pequenos grupos, o grupo atingiu o restaurante Café Leopold e o terminal de transportes públicos Chhatrapathi Shivaji, com armas automáticas e granadas praticamente em simultâneo.

Para além dos dois hotéis, foram também atacados dois hospitais e um quartel da polícia no sul da cidade. De acordo com o jornal “Público”, as autoridades confirmaram a explosão de uma bomba num táxi e um rabi feito refém no ataque contra um edifício de apartamentos conhecido como Chabad House.

O “Times of India” revelou que o primeiro tiroteio começou por volta das 22h33 (17h03 em Lisboa) na principal central ferroviária da cidade. De acordo com o “Público”, “testemunhas contam que dois homens armados com metralhadoras AK-47 e granadas mataram pelo menos dez pessoas e feriram dezenas de outras antes de serem abatidos pelos agentes que acorreram ao local”.

Ainda assim, não é certo que os ataques tenham sido levados a cabo por este grupo islamita, tendo em conta que vários meios de comunicação social acreditam que a acção pode ter sido conduzida pelo Lashkar-e-Taiba. Este grupo extremista, sediado no Paquistão, é responsável por alguns dos atentados na Índia nos últimos anos. O principal motivo é o fim da presença indiana em Caxemira, região dos Himalaias disputada pelos dois países vizinhos.

De acordo com a agência Lusa, um dos homens armados do hotel Oberoi disse que os ataques foram perpetrados como forma de chamar a atenção para a discriminação dos muçulmanos na Índia.

As autoridades de saúde de Bombaim confirmaram ter recebido, até ao momento (17h00 de quinta-feira), 125 corpos e 327 feridos, um número que não será ainda definitivo.