Já é uma marca dos últimos meses de Luís Filipe Menezes: a cada anúncio de investimentos e mudanças no centro histórico de Gaia, o presidente da câmara sublinha o que diz serem os méritos da sua gestão autárquica. Esta quinta-feira, na apresentação do futuro centro multimédia do edifício Gran Cruz não foi excepção. Até porque, como ele próprio afirmou, “cada cerimónia destas significa mais emprego, mais investimento, mais modernidade”.

Fechar Avenida Diogo Leite ao trânsito

Menezes aproveitou para manifestar o “sonho” de acrescentar a Avenida Diogo Leite, que acompanha a margem do Douro, ao conjunto de artérias do centro histórico de Gaia fechadas ao trânsito, quando a circular do centro histórico estiver concluída. “Sonho um dia ainda fechar esta avenida, contra tudo e contra todos”, disse. “A qualidade de vida numa cidade e no centro histórico” e a atracção de mais turistas “pressupõem não haver ruído”.

Porque “não há nenhuma outra autarquia com este ritmo”, Menezes acredita que o centro histórico de Gaia “será um case study” a breve prazo. O centro multimédia é mais um passo da estratégia de “alterar completamente” a zona histórica e o seu “modelo de desenvolvimento económico”, missão que o autarca perspectiva concluir nos próximos anos.

Tradição e contemporaneidade

Dentro de um ano e meio, o espaço surgirá renovado, reabilitando o desocupado edifício da empresa de Vinho do Porto Gran Cruz, no Largo Miguel Bombarda, na zona ribeirinha de Gaia. A imagem do exterior será mantida e os azulejos serão repostos.

“Aliar a tradição à contemporaneidade” foi o objectivo do arquitecto Valentim Miranda, cujo projecto prevê uma loja, um espaço expositivo, uma sala de projecção e conferências, uma zona de provas e degustação de vinhos e um terraço com vista para o Rio Douro.

“Ficará estreitamente ligado à grande criatividade portuguesa, nos domínios da moda, da arte, da gastronomia”, disse Jean Pierre Cayard, presidente do grupo Gran Cruz, que espera dar uma “imagem mais jovem e inovadora” ao Vinho do Porto.