Está em curso a segunda edição da iniciativa “Todos com o Português”, inserida no projecto de integração social “Porto, Bairro a Bairro” do pelouro da habitação e acção social da Câmara do Porto.
O “Todos com o Português” consiste num conjunto de oficinas destinadas a adultos, nas quais o principal objectivo é reforçar a utilização escrita e falada da língua portuguesa.
Esta é a segunda edição do projecto (a primeira decorreu entre Abril e Julho deste ano) e teve a adesão de sete freguesias da cidade do Porto: Aldoar, Campanha, Cedofeita, Lordelo do Ouro, Massarelos, Paranhos e Ramalde.
As aulas têm duração de hora e meia e são gratuitas. Entre os conteúdos de aprendizagem (ou reforço) estão construção de frases, pontuação, acentuação, elaboração de um curriculum vitae, uma carta ou como redigir uma acta.
Passar tempo e aprender
A “aula de apresentação” na freguesia de Cedofeita decorreu na última quarta-feira. Contou com 14 mulheres e um homem, dos 63 aos 92 anos. A maior parte destas pessoas vem para “passar um bocadinho de tempo”, mas também vontade de aprender mais.
Beatriz Cruz é a aluna mais velha do grupo. Vem para passar o tempo, embora não possa aprender como os outros, porque a visão já não é o que era. No entanto, não desanima: gosta de aprender e diz que vai “fazendo o que pode“.
César Alves da Rocha, o único homem da turma, inscreveu-se sobretudo porque tem vontade de “evoluir sempre o mais possível” e quer relembrar o que já esqueceu, revelou ao JPN.
“Um bom investimento”
Margarida Guerra é a professora responsável pelas aulas na freguesia de Cedofeita. Professora do 3º ciclo em Paredes, decidiu aceitar o desafio sobretudo pelo “investimento na língua portuguesa”. Além disso, o facto de o programa decorrer em bairros sociais é “um bom investimento”. “É importante que haja iniciativas deste género”, refere.
Todas as quartas-feiras vai estar com estes alunos de idades bem diferentes das quais está habituada no dia-a-dia, o que talvez faça desta iniciativa um desafio maior. “Vou ter de pensar muito bem no que fazer para eles não se desinteressarem e os motivar”, confessou.