A 22 de Novembro foi inaugurada a Horta Urbana da Senhora da Hora, em Matosinhos. Nasce do projecto “Horta À Porta”, que consiste na cedência de parcelas de terreno onde se pratica agricultura biológica.
A iniciativa é da responsabilidade de uma empresa de gestão de resíduos, a Lipor, em parceria com as câmaras do Porto, Póvoa de Varzim, Maia e Matosinhos e algumas freguesias. No total são agora 12 as hortas urbanas espalhadas por estas áreas.
Vantagens
A manutenção de um estilo de vida saudável, quer pelo consumo de alimentos biológicos, pelo contacto com a Natureza, pelo exercício físico e principalmente pela inserção de mais espaços verdes nas cidades, são algumas das razões que levam organizações ambientais a defender a importância das hortas urbanas, elenca Pedro Rocha, ambientalista fundador de um projecto de agricultura urbana e biológica, a Raízes.
Aldora Pinheiro, engenheira do Departamento de Valorização Orgânica da Lipor e responsável pela “Horta à Porta”, revela que este projecto teve origem na percepção de que existia “uma necessidade em criar espaços dinâmicos deste tipo”, após abordarem algumas pessoas.
Os passos seguintes foram a “atribuição de talhões a quem estivesse interessado” e o “estabelecimento de parcerias com as autarquias e juntas de freguesia.”
“Nos primeiros dias tivemos umas 100, 150 inscrições. Estamos quase a chegar às 1500 inscrições, o que em média dá uma inscrição por dia ou mais, em quatro anos e meio de projecto”, adianta. Estão actualmente 800 pessoas em lista de espera.
Não há qualquer custo para os utilizadores. “Todo o processo é gratuito. Desde a cedência do talhão, à formação, à água que está disponível, todos os custos são comparticipados quer pela Lipor, quer pelas parcerias criadas”, explica Aldora Pinheiro.
Hortas de 25 metros quadrados
Os utilizadores podem escolher o que plantam nos 25 metros quadrados do seu talhão, desde que não optem por monoculturas nem árvores de fruto, esclarece a engenheira da Lipor.
O objectivo é que cada um seja responsável por si. No entanto, para averiguar eventuais problemas que possam surgir, Aldora Pinheiro faz a avaliação do estado dos quase 400 talhões das 12 hortas de dois em dois meses. Para manterem a sua parcela de terreno, os participantes devem assegurar o seu bom estado.
Antes de ser entregue a parcela, os inscritos recebem uma formação, em que são dadas noções básicas de compostagem e agricultura biológica. Como não é permitido o uso de produtos químicos, são aconselhados produtos certificados para uso em agricultura biológica.