Esculturas de Ângela Ferreira (Portugal), Jean Paul Albinet (França), Michel Rovelas (Caraíbas Francesas) e Wang Keping (China) passaram a integrar o Museu Internacional de Escultura Contemporânea de Santo Tirso, que conta agora com um total de 43 esculturas de autores portugueses e estrangeiros.

Director de Serralves satisfeito

Ao JPN, o director do Museu de Serralves, João Fernandes, disse que “Santo Tirso possui hoje um parque de esculturas que apenas encontra equivalência em termos de espaço público àqueles que fundações como a Gulbenkian ou Serralves têm”.

“Imaginem o valor patrimonial e artístico que temos”, observou o presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, Castro Fernandes, a 15 de Novembro, no VIII Simpósio Internacional de Escultura Contemporânea da cidade.

O autarca lembrou que estas “não são esculturas de encomenda”, nem para “agradar ao presidente da câmara A ou B, são esculturas com uma linha artística”.

Ainda que inicialmente as obras fossem muito contestadas pela população, “neste momento as pessoas já as utilizam para poses fotográficas”, contou o presidente de câmara.

Alberto Carneiro, comissário artístico e mentor do simpósio, afirmou que fez apenas uma única exigência: não quis dinheiro, antes “liberdade total e absoluta”. E isso, sublinha, foi-lhe “garantido e tem-se mantido sem acidentes”. Passados todos estes anos, e após a realização de oito dos dez simpósios previstos, as pessoas já percebem “que este é um projecto importante para a cidade”.

O comissário nacional vai mais longe: “tem uma função pedagógica e didáctica não tanto para os adultos, mas para as crianças que cresceram e que convivem com a arte desde sempre”. Se pensarmos, referiu Xuriguera, que “90% da população não compreende a arte contemporânea”, esta convivência assume-se como fundamental.

O catalão Gérard Xuriguera, professor, crítico de arte e comissário artístico, explicou ainda que “o processo que se está a desenvolver em Santo Tirso resulta de um esforço único”. “Não conheço uma cidade com meios tão modestos que tenha feito um museu desta envergadura”, disse. Percepção partilhada, de resto, pelos escultores do VIII simpósio.