Uma equipa da organização portuguesa Assistência Médica Internacional (AMI) está, desde segunda-feira, no Zimbabué para avaliar as necessidades da população e as actuais condições sanitárias deste país africano. A missão dura até 23 de Dezembro.

A equipa da AMI, constituída por uma enfermeira e por um outro elemento do departamento internacional da organização, vai desenvolver diversos contactos locais, estudar formas de apoio logístico e financeiro e ponderar eventuais intervenções, a nível da epidemia ou da alimentação.

1123 mortes

Segundo o último balanço da ONU, esta sexta-feira, a doença já vitimou 1123 pessoas e está a alastrar para os países fronteiriços. A capital, Harare, é, até agora, que mais sofre, com 224 falecimentos e 9072 pessoas doentes.

A cólera, infecção causada pela ingestão de alimentos ou água contaminados com a bactéria vibrio cholerae, está sobretudo associada à falta de condições de saneamento básico. Ausência de água potável, de latrinas e esgotos fechados permitem que a epidemia se alastre.

O que diz Mugabe

O presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, negou, na semana passada, a existência de uma epidemia de cólera, afirmando que a doença está controlada.

As declarações de Mugabe contrariam os dados da ONU. Segundo a organização, nos últimos quatro meses foram registados 15.572 casos da doença no país e o número de infectados pode atingir os 60 mil, caso não haja intervenção.

As declarações de Mugabe estão relacionadas com as pressões que tem vindo a sofrer de países como a Grã-Bretanha e os Estados Unidos para renunciar ao cargo. O líder africano afirmou que Gordon Brown e George Bush estão a querer usar a epidemia de cólera como justificação para uma intervenção militar no país.