Os 122 trabalhadores que a Controlinvest tenciona dispensar exigiram hoje a retirada “imediata” dos processos de despedimento colectivo movidos pelo grupo. Os trabalhadores queixam-se de não ter sido ouvidos em todo o processo, apelando, por isso, às negociações entre as empresas e os sindicatos.

Anunciada na passada quinta-feira, a decisão do grupo de Joaquim Oliveira prevê o despedimento colectivo de 122 colaboradores das empresas Global Notícias, Publicações e Jornalinveste Comunicação. Entre eles contam-se 60 jornalistas de títulos como o “Jornal de Notícias”, o “Diário de Notícias”, o “24 Horas”, ou “O Jogo”. Como justificação , a Contorlinveste alega que “as acções de reestruturação já tomadas” revelaram-se “insuficientes para inverter os desequilíbrios existentes”.

Numa moção divulgada hoje na página do Sindicato dos Jornalistas, os trabalhadores visados dizem que “a intenção de despedimento colectivo não foi precedida de reuniões prévias, destinadas à apresentação de dados sobre a situação real das empresas”. Dados esses que seriam “indispensáveis à apresentação de propostas alternativas”, pode ler-se no documento.

A forma de selecção dos trabalhadores a despedir também é alvo de críticas. “As empresas procederam a avaliações selectivas sem que tal processo fosse objecto de prévia consulta aos trabalhadores e aos seus representantes, sem que estes fossem sequer ouvidos”.

Em oposição, os visados lembram “as graves consequências sociais” da medida anunciada. “Vai atingir a vida de inúmeras famílias e diminuirá substancialmente a capacidade produtiva, das empresas e publicações”, alertam os trabalhadores, para quem ainda “é possível inverter a situação económico-financeira das empresas”.

Como resultado, os trabalhadores exigem assim “a retirada dos processos de despedimento colectivo, com a abertura imediata de uma fase preliminar de discussão da situação entre as empresas e os sindicatos”. Caso falhe o diálogo, estão prometidas “as formas de luta que se justificarem”.

No último ponto da moção, desafiam-se ainda “todos os trabalhadores das empresas e publicações a participar na oposição ao despedimento colectivo e na defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores”.