Maio de 2008

Depois de ter sido o maior exportador nacional de 2007, a Qimonda Portugal dá provas de vitalidade ao apostar num novo sector de produção: as energias renováveis. Estado assina um contrato de investimento de cem milhões de euros com a empresa de Vila do Conde, para apoiar a produção de células fotovoltaicas para painéis solares. Estima-se que, com este projecto, serão criados 150 postos de trabalho.

Outubro de 2008

Os primeiros focos de instabilidade chegam da Alemanha. A Qimonda AG, a empresa-mãe alemã, despede 3000 trabalhadores. Também vende a sua participação de 35,6% da Inotera Memories Inc. por 400 milhões de dólares. Governo negoceia investimento de cem milhões de euros.

Dezembro de 2008

A Infineon, accionista maioritário da Qimonda, anuncia perdas de 750% relativamente a 2007, causadas, em grande parte, pela Qimonda, que perdeu 519 milhões de euros. A filial portuguesa dispensa 300 trabalhadores temporários.

21 de Dezembro de 2008

Governo anuncia um pacote de salvamento da Qimonda. O empréstimo de cem milhões de euros concedido por um consórcio de bancos liderado pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) junta-se ao financiamento de 150 milhões de euros do estado da Saxónia e ao de 75 milhões de euros da Infineon. Empresa espera receber injecção de 325 milhões de euros. Em troca, a multinacional compromete-se a desenvolver unidades de investigação em Portugal e na Alemanha.

23 de Janeiro de 2009

De forma relativamente inesperada, a Qimonda AG declara falência. Como consequência, as acções da Qimonda afundam 55% na bolsa de Frankfurt. A gigante alemã anuncia ainda que a injecção de capital não foi activada. Manuel Pinho, ministro da Economia, promete que o Governo fará tudo para proteger os postos de trabalho da unidade de Vila do Conde.

26 de Janeiro de 2009

Responsáveis da Qimonda reúnem com o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Eléctricas do Norte. Conclui-se que 1150 dos 1700 postos de trabalho estão em risco.

27 de Janeiro de 2009

Unidade de Vila do Conde anuncia paragem da produção por três dias – 30 e 31 de Janeiro e 1 de Fevereiro, ao mesmo tempo que faz um corte de 75% na produção.

28 de Janeiro de 2009

Michael Jaffé, nomeado gestor da falência, afirma que há potenciais interessados na compra da Qimonda, embora não existam propostas concretas.

31 de Janeiro de 2009

Michael Jaffé anuncia a necessidade de a Qimonda arranjar um investidor até Março, sob pena de ter que fechar as portas.

2 de Fevereiro de 2009

Após três dias de paragem, os trabalhadores regressam naquele que é anunciado como o “Dia D” para a fábrica de Vila do Conde. As atenções centram-se Lisboa, onde Jaffé e Kin Wah Loh, presidente da Qimonda, se reúnem com o ministro da Economia, Manuel Pinho, para definir a viabilidade da unidade. O encontro revelou-se inconclusivo. A situação da Qimonda é apelidada de “muito grave”, mas surgem sinais de optimismo. Por esta altura, a queda da Qimonda na bolsa de Frankfurt é ainda mais acentuada: 97%, com as acções da empresa a valerem 0, 09 cêntimos. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a Qimonda perde o lugar cimeiro na lista de maiores exportadores nacionais. Ocupa, agora, a terceira posição, sendo precedida pela Petrogal (1.º) e pela Autoeuropa (2.º).

3 de Fevereiro de 2009

Em declarações à Lusa, uma fonte ligada à empresa afirma que a redução do número de trabalhadores está a ser ponderada, não só em Vila do Conde, mas também em Dresden, e que a unidade da China vai fechar.
À saída de uma nova reunião com Manuel Pinho, Kin Wah Loh insiste que há interessados em negociar a compra da empresa.
Em Dresden, os trabalhadores da unidade manifestam-se pela defesa dos postos de trabalho. O comissário europeu para a Indústria, Guenter Verheugen, afirma que, após a declaração de falência, não há qualquer hipótese de ajudar a Qimonda, até porque os fundos europeus “não se destinam a salvar empresas”.

4 de Fevereiro de 2009

Qimonda AG anuncia que vai encerrar a fábrica de Richmond nos Estados Unidos da América
É anunciado que, no final da semana, Michael Jaffé vai viajar até ao continente asiático, para se encontrar com investidores interessados.
Kin Wah Loh não descarta a hipótese de haver despedimentos para manter as unidades de Dresden e de Vila do Conde.

5 de Fevereiro de 2009

Unidade de Richmond, nos EUA, encerra as portas.

6 de Fevereiro de 2009

Qimonda volta a suspender a produção durante três dias. A Infineon, accionista maioritária da empresa, anuncia prejuízos de 404 milhões de euros no último trimestre de 2008. Uma situação que se deve, principalmente, à falência da subsidiária.

9 de Fevereiro de 2009

No dia em que os trabalhadores voltam à fábrica, surge a notícia de que a Qimonda poderá vir a ser adquirida por um investidor chinês. As acções do grupo sobem 6%.