Depois da segunda paragem forçada, a Qimonda AG pode ter encontrado uma solução para o processo de insolvência, declarado em Janeiro. Começaram hoje as negociações com um investidor chinês, interessado em comprar a empresa.

O que é a Qimonda?

Fundada em 1996, a Qimonda Portugal tornou-se na maior exportadora do país. A unidade de Vila do Conde, inaugurada em 1998, é a única fábrica de semicondutores existente no país e a maior da Europa em montagem e teste de produtos de memórias. É responsável pela produção de 7% do volume mundial das memórias DRAM, destinadas à integração em computadores e aparelhos como leitores de mp3 e máquinas fotográficas. O accionista maioritário do grupo é a Infineon Technologies, uma empresa que surgiu da separação da actividade da Siemens. Para além de Portugal, encontra-se presente em Dresden, na Alemanha, Richmond, nos Estados Unidos da América (já encerrada) e em Suzhou, na China.

Certo é que a empresa alemã tinha até Março para encontrar um investidor, sob pena de ter mesmo de fechar, deixando 12 mil trabalhadores desempregados por todo o mundo. Em Portugal, a Qimonda vale sensivelmente 10% do total das exportações de empresas sediadas no Norte e emprega 1700 pessoas com altas habilitações.

Especialistas das mais variadas áreas explicaram ao JPN os possíveis impactos de um hipotético encerramento da fábrica.

Sem capacidade para absorver a população trabalhadora da Qimonda, a região Norte poderia ficar com marcas irreversíveis, a nível do emprego altamente qualificado. Ao mesmo tempo, instituições de investigação, como a Universidade do Porto, podem ver reduzidas parcerias que permitiam postos de trabalho a jovens investigadores.