Espaços como o Passos Manuel, o Plano B, o Maus Hábitos, a Casa Viva, o Porto Rio, o Cinema Batalha, o Teatro Sá da Bandeira e a Casa da Música representam os pontos dinamizadores da oferta musical que pulula as artérias da cidade.

Com programação própria e abertas às propostas de promotores, os responsáveis pelas salas de concertos do Porto reconhecem o seu contributo para alimentar a oferta musical da cidade.

“O Plano B contribuiu com a abertura de um espaço com uma oferta musical diferente, abrangente e acessível, para além de vir reabilitar esta zona da Baixa [Rua Cândido dos Reis]”, diz Filipe Teixeira, programador musical do bar.

A fomentar também o circuito mais alternativo, o Passos Manuel veio dar “a oportunidade ao Porto de ver concertos de bandas emergentes”, afirma o dono António Guimarães. Mostrar “projectos da cidade” e “desenvolver parcerias” com as promotoras portuenses e com os bares vizinhos [exemplo do Alta Baixa] são também os objectivos do espaço.

Para as promotoras, “não há salas de média dimensão acessíveis”

No que toca a salas de maior dimensão, nos últimos tempos a cidade assistiu ao rejuvenescer do Cinema Batalha e do Teatro Sá da Bandeira. “O Batalha veio preencher uma lacuna de salas de média dimensão que há no Porto”, considera Laura Rodrigues, directora do espaço. “Tem trazido bandas mais alternativas, tanto nacionais como internacionais”, acrescenta.

“O Teatro Sá da Bandeira tem contribuído bastante para este movimento, pois tem tido uma programação regular não só de concertos como de festas [exemplo do ClashClub]”, diz Dino Gomes, programador musical do Teatro. A “vantagem” desta sala é não estar “conotada” a nenhum género musical. O Sá da Bandeira acolhe “desde heavy-metal até à ópera, passando pelo rock e pela electrónica”.

Contudo, há quem diga que faltam salas médias que promovam concertos menos mainstream. “O Passos Manuel é uma sala pequena, mas é a última grande sala que temos do circuito não comercial. Depois há o Sá da Bandeira, que é muito específico”, considera José Alberto Gomes, dos Nimai. “O facto de não haver uma sala de médias dimensões disponível, pelo menos a preços acessíveis para nós, complica a visita de bandas um pouco maiores”, diz Joaquim Durães, da Lovers&Lollypops.

Adesão cresce

E como é o público que sustenta parte do circuito de concertos, a adesão não tem ficado atrás da oferta. “Os concertos são a actividade que tem mais adesão no Cinema Batalha”, garante Laura Rodrigues. Para Filipe Teixeira, apesar da crise, os concertos do Plano B “têm bastante adesão e isso é gratificante”. “Começamos a ter um público fiel”, diz António Guimarães, apesar de poder haver mais.

A procura vem também do lado de fora: “somos procurados não só por promotoras nacionais, mas também por estrangeiras”, aponta Dino Gomes. “Já fomos contactados por bandas internacionais de que gostamos muito e ficamos surpreendidos”, revela Filipe Teixeira. Agora, basta continuar a “acarinhar” e a nutrir este “movimento” para fazer o Porto “crescer”.