O Parque de Ciência e Tecnologias do Mar será o novo pólo da Universidade do Porto. Situado em pleno porto de Leixões, onde vai ser também construído um terminal de cruzeiros, este parque nasce de um cluster regional do Norte, promovido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e pela Universidade do Porto (UP) para optimizar um sector “mal explorado na região”.

Quem o diz é um dos promotores do projecto, o presidente da CCDR-N, Carlos Lage. Ao JPN, Lage considera que o Parque de Ciências e Tecnologias do Mar, também conhecido como Pólo do Mar, vai “certamente fortalecer a região Norte, porque vai contribuir para construir uma melhor exploração e aproveitamento das potencialidades que oferece o nosso litoral. A grande riqueza natural e económica que nos proporciona o mar não tem sido devidamente aproveitada”, afiança.

Um dos outros objectivos do Parque é uma melhor articulação da investigação científica com o tecido empresarial. Ontem, o protocolo foi assinado e o projecto saiu do papel.

Assim, no novo edifício, cujo concurso será lançado em Setembro, estará, para além da nova estação de passageiros, um piso inteiramente dedicado às ciências do mar. Aí estará também a nova sede de várias unidades de investigação da Universidade do Porto, casos do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha (CIIMAR), o Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (INEGI), ou o Centro de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

Criar novas empresas ligadas ao mar

Do lado oposto do porto, o antigo Edifício da Sanidade vai ser um pólo de incubação de empresas, gerido pelo Parque de Ciência e Tecnologia da UP (UPTEC), que visa fomentar a ligação da universidade a novas empresas ligadas ao mar, naquilo que o reitor da universidade, Marques dos Santos, classifica como uma “via para o emprego qualificado”.

“Se vingarem 30 ou 40 por cento das empresas em incubação, há muito emprego qualificado a ser criado”, afirma. Para além das instalações no Edifício da Sanidade, um parque industrial, para onde poderão ir “as empresas mais amadurecidas”, vai também ser construído nas imediações do porto de Leixões.

Marques dos Santos mostrou-se satisfeito com “a melhoria de condições de trabalho” dos 300 cientistas do mar que trabalham em laboratórios associados à Universidade do Porto.

A Câmara Municipal de Matosinhos, anunciou Guilherme Pinto, comprometeu-se ainda a construir ali uma residência universitária, para onde poderão ir 40 docentes, algo que espelha a “grande expectativa e a grande aposta” neste projecto.