A segunda edição do Encontro de Jovens Investigadores da Universidade do Porto (IJUP’09) começou esta quarta-feira, tendo como mestre de cerimónias o cientista Alexandre Quintanilha. Coube ao director do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) a tarefa de inaugurar o evento com a palestra “Desafios actuais das ciências”.

Problemas como o aumento do consumo energético, a má distribuição de alimentos, a propagação de doenças infecciosas e degenerativas e a insegurança no emprego vão-se afirmar, na opinião do cientista, como desafios futuros na área do ambiente e saúde. Também o crescimento exponencial da população nos países em vias de desenvolvimento é um fenómeno que preocupa Quintanilha, mas para o qual propõe uma solução.

Para o cientista, depois de Copérnico ter descoberto que a Terra não é o centro do Universo, Darwin ter enquadrado o Ser Humano como mais uma espécie e Freud ter descentralizado o Consciente no Pensamento, o próximo passo será descentralizar o Genoma dentro do sistema Vida.

“É o grande desafio actual das ciências. Genoma não é igual a Alma e alguém tem de o desligar”, sublinha. Quintanilha alerta para os riscos de adoptar posições extremistas no que toca à utilização de organismos geneticamente modificados.

A encerrar a intervenção, Alexandre Quintanilha confessou, a propósito de uma reflexão sobre o conceito de vida e da regulação da eutanásia, que uma das suas maiores “angústias” é a de não poder exigir “legalmente” através do testamento vital, que lhe desliguem as máquinas, caso seja necessário.

II IJUP apresenta um “impressionante resultado”

O reitor da Universidade do Porto (UP), José Marques dos Santos, marcou presença na abertura da sessão inaugural do IJUP, uma forma de, segundo o próprio, provar o “interesse” que a UP dedica ao evento. “A investigação é fundamental para a Universidade do Porto”, salientou o reitor, alertando para o “impressionante resultado” da segunda edição do IJUP. “350 apresentações e 200 posters, quase o dobro do ano passado”, disse, entusiasmado.

“Estimular os jovens a envolverem-se em pequenos projectos de investigação logo que entram na Universidade” é, para Alexandre Quintanilha, uma das mais-valias de encontros como o IJUP. Algo que encontra eco nas palavras de Telma Silva, estudante do 2º ciclo na área de Agricultura: “É importante para apresentarmos os nossos trabalhos e para o conhecimento de outros”.

José Ferreira, estudante do 2º ciclo de Tecnologia e Ciência de Segurança Alimentar, concorda: “Aqui estão reunidas várias áreas de várias faculdades e diversos saberes e podemos todos aprender um bocadinho com isso”, sublinha.

Até sexta-feira, dia de encerramento, a organização espera receber mais de 600 participantes na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP) em cerca de 350 apresentações.