Em Setembro de 2008, a Câmara Municipal do Porto (CMP) lançou uma auditoria às contas da Porto Lazer, empresa que organiza as Corridas da Boavista. Os resultados da auditoria já foram divulgados e Rui Sá, vereador da CDU, afirma que as conclusões obtidas não são suficientes. “Há situações que continuam a suscitar muitas dúvidas porque a auditoria não aprofundou suficientemente problemas que foram apenas explorados”, diz Sá ao JPN.
A CDU afirma existirem lacunas na gestão da empresa municipal do Porto e pede o alargamento da auditoria. Rui Sá levanta algumas irregularidades na gestão do relatório de contas, sobretudo na omissão dos custos das amortizações de investimentos, de limpeza e de contratação de pessoal.
A coligação alerta ainda para a falta de rigor na análise de alguns montantes, nomeadamente nos custos dos subcontratos, no valor de 714 mil euros, das rendas, de 1,04 milhões de euros, e ainda nos custos dos honorários e da publicidade.
Resultados pouco satisfatórios
Rui Sá pretende o alargamento da auditoria porque os resultados obtidos não foram conclusivos quanto ao valor total das Corridas da Boavista. “É necessário proceder a uma audição exaustiva das contas das corridas da Boavista, sendo certo que os elementos apresentados pela auditoria permitem concluir que no erário público, estas corridas custam mais de 3 milhões de euros. Mas suspeitamos que ainda possam custar mais, razão pela qual queremos fazer um aprofundamento destas contas”, diz Rui Sá.
Esta terça-feira, Rui Sá apresentou na reunião do executivo da Câmara do Porto a proposta de alargamento da auditoria que foi rejeitada por Rui Rio. Ao JPN, Rui Sá criticou o autarca, insinuando que a decisão de “não querer aprofundar estas análises” significa que este “teme alguma coisa”.
Rui Sá comunicou ainda que vai enviar o relatório da auditoria para a Inspecção-Geral das Finanças, “chamando a atenção para alguns aspectos relevantes e que deveriam ser analisados”.
O JPN tentou entrar em contacto com a Câmara do Porto, mas sem qualquer resposta.
