O telemóvel é a tecnologia mais utilizada pela população mundial. Segundo um relatório da União Internacional das Telecomunicações (International Telecommunication Union), a agência das Nações Unidas para as telecomunicações, estima-se que, no final de 2008, seis em cada dez pessoas tinham telemóvel. Se em 2002 existiam cerca de mil milhões de subscritores de serviços móveis, no decorrer do ano passado esse número subiu para os 4,1 mil milhões de assinantes em todo o mundo.

Em Portugal, a utilização do telemóvel também tem crescido nos últimos anos. No entanto, há dois grupos etários que acabam por ter atitudes opostas em relação a esta realidade: as crianças e os idosos.

A maioria dos idosos tem dificuldade em entender esta nova tecnologia. João Fialho, 65 anos, admite que não percebe nada de telemóveis pois “é muito complicado, tem muitos botões, e serve para muitas coisas”. António Sousa também se mostra reticente quanto à utilização deste serviço, apesar de reconhecer o seu valor.

Adélia Leitão tem 62 anos e aprendeu com a filha a utilizar esta ferramenta. Diz que apesar de só conhecer as funções básicas, não dispensa a companhia do telemóvel. “É prático para andarmos sempre com ele, para estarmos disponíveis para nos ligarem”, afirma.

António tem 58 anos e trabalha como sócio-gerente de uma empresa. Não gosta de usar telemóvel, mas é obrigado a fazê-lo por uma questão de trabalho. Admite que o facto de ser de uma outra geração pode justificar o facto de não lidar com estas tecnologias.

Quando ter telemóvel “é fixe”

Pelo contrário, a nova geração parece gostar cada vez mais deste aparelho. Desde tenra idade as crianças começam a lidar com telemóveis. Na Escola EB 1 de Carlos Alberto, no Porto, já um número considerável de crianças tem contacto com este serviço.

Sofia tem oito anos e já tem um telemóvel. O encanto deste aparelho reside no facto de ter jogos e muita cor, como a mesma admite. Por outro lado, Tiago de 9 anos ainda não tem telemóvel, porque os pais ainda não lhe quiseram dar. Apesar disso, já sabe muito bem para que serve e admite que quer ter um porque “é fixe”.

Diana Rodrigues é professora na Escola de Carlos Alberto há poucos meses, mas já percebeu que alguns dos seus alunos têm telemóvel. Condena este facto, por achar que são demasiado novos.

Por isso, aconselha os pais a terem cuidado ao colocar um aparelho destes na mão dos seus filhos, pois, para além de os distrair, podem ser perigosos. “Tem de se ter cuidado com os números que eles marcam”, alerta a professora. Apesar disso, ainda não teve nenhuma experiência com alunos a mexerem no telemóvel durante as aulas.