A adaptação da banda-desenhada “Watchmen”, realizada pelo norte-americano Zach Snyder, estreia seta quinta-feira em Portugal e é um dos filmes que marca o ano cinematográfico de 2009. Crítica e público esperam que a longa-metragem esteja à altura da graphic novel com o mesmo nome que Alan Moore e Dave Gibbons criaram nos finais dos anos 80 e que é hoje tida como obra seminal do género.

Zach Snyder, 43 anos, é o realizador de “Watchmen – Os Guardiões” e ficou conhecido em 2007 por ter realizado o filme “300”, outra adaptação para o cinema de uma banda desenhada homónima da autoria de Frank Miller, mais um peso pesado da indústria dos comics americanos.

A banda desenhada

“Watchmen” é diferente. Quando foi lançada, há mais de 20 anos, mudou o género. O enredo anda à volta de uma equipa de super-heróis sem super-poderes, no que constituiu, à época, um desafio ao cânone dos protagonistas de comics. O interesse está menos nas capacidades sobre-humanas e mais nas questões intelectuais que o livro coloca (liberdades civis, poderes instituídos, heroísmo, simbologia).

O projecto de adaptar uma das mais conhecidas e respeitadas bandas desenhadas de sempre foi tortuoso e prolongado, conhecendo vários realizadores (Terry Gilliam, Darren Aronofsky, etc) e até uma disputa legal entre os estúdios da Warner Brothers e 20th Century Fox. Se somarmos à reputação da obra uma penosa adaptação para o grande ecrã temos um filme muito esperado.

A adaptação não tem, contudo, a aprovação de Alan Moore. O argumentista original da banda desenhada, figura enigmática e reclusiva, já prometeu não ir ver o filme. A declaração de intenções é certamente um rude golpe nas aspirações de Zach Snyder, adepto fervoroso do trabalho do escritor inglês, em traduzir para filme a sofisticação do trabalho original. Cabe aos fãs a última palavra.