Ao contrário do previsto pelos trabalhadores, a edição e a distribuição dos jornais da Controlinveste não foram afectadas pela greve desta quarta-feira. A realidade vem contrariar as previsões do representante sindical do “Jornal de Notícias”. Ao JPN, e ainda durante a greve de ontem, Paulo Silva previa que os jornais fossem ser afectados, uma vez que “sectores capitais para a realização de certos conteúdos” aderiram à paralisação.

Alfredo Maia, presidente do Sindicato dos Jornalistas (SJ) confirmou ao JPN que a publicação dos jornais não foi prejudicada. Aidna assim, realçou a adesão “significativa” à greve – cerca de um terço – dos trabalhadores das publicações atingidas pela decisão da Controlinveste em despedir 119 profissionais (“JN”, “DN”, “O Jogo” e “24 Horas”).

Em declarações ao JPN, o também jornalista do “Jornal de Notícias” revela que ainda é cedo para fazer uma análise de conteúdo, mas que “em termos de publicação todos os jornais foram publicados”. Palarvas que vão de encontro às de AN´tonio Leite Pereira, director do “JN” que, em declarações àquela publicação, confirmou que o trabalho decorreu “com normalidade”.

Leitores não notaram diferenças

Carlos Miranda, proprietário do café “Via Garrett” do Porto, compra diariamente o “Jornal de Notícias”. “Nem se nota a diferença!”, comentou. O comerciante sabia da greve e não esperava receber hoje o jornal. “Até pensei que não houvesse jornal hoje!”, acrescenta.

Já na tabacaria “Marquesinha”, Fernando Costa, confirmou ao JPN que não houve qualquer alteração quanto à forma e conteúdo dos jornais. “Até a nível de páginas tem vindo menos que isto”, esclareceu.

Alfredo Maia revela, no entanto, que os resultados são “encorajadores para futuras lutas dos trabalhadores”. “Continuamos a trabalhar no sentido de defender os trabalhadores abrangidos, estamos a trabalhar num conjunto de tarefas e medidas, mas é prematuro falar nelas”, conclui o presidente do SJ, que disse não haver ainda data marcada para um outro protesto.