Segundo o relatório “The Travel & Tourism Competitiveness 2009“, divulgado ontem pelo Fórum Económico Mundial, Portugal ocupa o 17º lugar entre os destinos turísticos mais competitivos do Mundo.
O país marca presença, pelo segundo ano consecutivo, entre os vinte destinos turísticos mais competitivos, e é também o 18º destino mais procurado do mundo. De resto, os países europeus lideram este ranking, cabendo a liderança a Suiça, Áustria, Alemanha e França, respectivamente.
O relatório teve em conta 14 factores de competitividade em 133 países, sendo que Portugal é é elogiado pelo investimento elevado do governo no sector do Turismo e pela existência de boas infra-estruturas, casos da rede móvel de telecomunicações e das vias de comunicação rodoviárias. Os locais e monumentos classificados como Património Mundial, a hospitalidade da população e a realização de feiras e eventos internacionais são outros dos critérios através dos quais Portugal se destaca.
Onde pára a crise?
A crise sentida um pouco por todo o Mundo parece ainda não ter chegado ao sector do Turismo e Hotelaria nacional. Segundo dados revelados pelo Banco de Portugal, as receitas do Turismo atingiram os 7500 milhões de eurosem 2008, o que, em relação a 2007, representa um aumento de 1,7% (mais 128 milhões de euros).
Apesar de tudo, e de acordo com o “Jornal de Notícias”, a Autoridade para as Condições no Trabalho encontrou um número significativo de dívidas no sector da hotelaria e restauração. Francisco Figueiredo, presidente do Sindicato de Hotelaria do Norte (SHN) , considera que “os problemas no sector não tem a ver com os salários em atraso ou o encerramento de estabelecimentos, mas sim com o trabalho ilegal e clandestino”, logo, “trabalho não declarado”.
Ao JPN, o resposnsável explicou ainda que “não há atrasos de salários no sector hoteleiro” e que o encerramento de alguns estabelecimentos se verifica mais ao nível da restauração, . O que acontece é que, “muitas vezes, os sócios trespassam o estabelecimento para outros proprietários, o que implica o encerramento da actividade mas que não significa atrasos no pagamento de salários ou despedimentos”, acrescenta.
A excepção à regra
Francisco Figueiredo, presidente do Sindicato de Hotelaria do Norte, revela que a única unidade que tem atrasos no pagamento dos salários é o Hotel Beta no Porto. O JPN tentou contactar o hotel mas sem sucesso.
Joaquim Araújo, um dos Directores do Grupo Solverde da unidade em Espinho, concorda que o sector “não tem sido muito afectado”. Apesar de, em Março, se verificar uma diminuição do número de eventos programados, o resposnsável afirma que em termos percentuais este recuo é “pouco significativo” e que “nunca antes o grupo sentiu qualquer sinal de crise”.
A desculpa da crise
Mas se a crise ainda não afectou gravemente o sector, revela Francisco Figueiredo, “também há quem se aproveite dela”. De acordo com o sindicalista, alguns empresários “encerraram estabelecimentos hoteleiros no período de Inverno”, cedendo férias ou feriados aos seus trabalhadores.
Segundo o presidente do SHN, o país deve continuar a investir no Turismo, e apostar essencialmente na qualidade de serviços. A entidade regional de turismo reúne na próxima semana para discutir a situação do sector.