Desporto, Engenharia e Economia. Áreas de boa empregabilidade com uma maioria muito acentuada de alunos do sexo masculino. Um mundo em que, muitas vezes, as mulheres têm de enfrentar claras disparidades entre sexos.

Estudante do 1.º ano de Desporto, Inês Santos afirma que nunca teve essa questão em conta ao optar pela área. “É um curso de que sempre gostei e, quando o escolhi, só estive em dúvida por causa do emprego. Acho que nunca me vi a fazer outra coisa.”

E, apesar de Desporto ser visto como um “curso de homens”, a estudante revela que este ano “foi diferente”. “Entraram mais raparigas do que rapazes”, salienta.

Apesar disso, Inês acha que os professores da área continuam a preferir formar desportistas do sexo masculino. A estudante conta exemplos de professores que dão preferência à estrutura física dos rapazes.

“Logo nas primeiras aulas uma professora disse a um rapaz que, só pelo corpo dele, achava que ele devia trabalhar no ginásio dela e ainda não o tinha visto a fazer nenhum exercício”, exclama.

O carinho do sexo masculino

Se há mulheres que se sentem pressionadas e subvalorizadas em relação aos homens, há outras que destacam o carinho e a protecção do sexo masculino.

Ana Sofia Lima, estudante do 2.º ano de Engenharia Mecânica no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), é um destes últimos casos. “Vais às aulas e só vês rapazes. E as mulheres, as poucas que há, a maioria é muito mesquinha!”

A estudante de Desporto, Inês Santos, concorda: “Os rapazes são muito directos. Se tiverem algo a dizer dizem-no logo na cara. Acho que é uma vantagem. Prefiro que me digam as coisas na cara”.

Estudante da Faculdade de Economia do Porto (FEP), Joana Santos, discorda que o seu curso seja, maioritariamente, frequentado por homens. Até porque, nas aulas, acaba por haver mais mulheres, já que os homens faltam mais às aulas.

A futura economista não receia, contudo, o mundo do trabalho. “Acho que agora escolhem mais as pessoas pelas competências e olham para as mulheres como sendo mais responsáveis do que os homens”, sublinha.