Elisa Ferreira adiantou hoje à Lusa que pretende ultrapassar o número mínimo exigido na lei de membros femininos de uma lista. Ao invés de ter apenas 30% de mulheres, a candidata quer alcançar a igualdade entre homens e mulheres e atingir os 50% de cada género na sua lista.

A decisão foi anunciada à margem do debate “Uma cidade amiga das mulheres”, integrado nas comemorações do Dia Internacional da Mulher. Rodeada de muitas apoiantes, Elisa Ferreira chamou a atenção para os problemas com que as mulheres do Porto se deparam numa cidade “que não sabe lidar com os anseios das mulheres”.

A eurodeptuada exemplificou com os problemas de deslocação, os quais ilustrou com a inflexibilidade dos locais de desembarque dos autocarros dos STCP, o que “leva a que as mulheres andem mais tempo sozinhas à noite”.

A voz das mulheres

Mulheres vítimas de exclusão social

Durante o debate, Virgínia Sousa, coordenadora operacional da iniciativa Bairros Críticos do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana, alertou para a situação de exclusão da exclusão social que afectam muitas mulheres do Porto. “As mulheres que vivem em zonas de maior exclusão acabam por nunca sair dos bairros, por não terem escolaridade e muitas vezes por serem mães precoces”, explicou.

Entre as convidadas esteve Maria de Lurdes Ruivo, presidente do Departamentos Federativos das Mulheres Socialistas do Porto, que justificou a existência do Dia da Mulher: Apesar de estarem em pé de igualdade com os homens, as mulheres continua a ser “afectadas pelo desemprego, não conseguem ascender a cargos mais elevados, continuam a ser as que mais sofrem de violência doméstica”, alertou.

Para responder às questões relacionadas com as falhas dos transportes públicos, esteve também presente Gorete Rato, administradora executiva do Metro do Porto. Segundo esta, os utentes do Metro são “na sua maioria, mulheres, não tanto por existirem em maior número (64% no último ano), mas sim porque têm maior necessidade de utilizar os transportes públicos”.