Ter pouco dinheiro não é desculpa para os portugueses comerem mal. Graça Raimundo, presidente da Associação Portuguesa de Dietistas (APD) avisa que, com o aumento dos preços da carne e do peixe, os portugueses têm de aprender a incluir nas refeições outros alimentos que os substituam, até porque “não é preciso comer carne e peixe diariamente ao almoço e ao jantar”.

Flora Correia, do serviço de Aconselhamento Alimentar da Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade do Porto (FCNAUP), admite que a crise pode afectar a compra de alimentos. Por isso, defende uma mudança nos hábitos alimentares dos portugueses: “Escusa de se comer tanta carne e tanto peixe, pode-se fazer uma sopa com feijão ou com grão para compensar as proteínas”, aconselha.

O problema, diz a especialista, é que a maioria dos alimentos está cara e as pessoas não sabem como substituí-los de forma correcta. Assim, quando vão às compras os portugueses escolhem alimentos “mais baratos, com menos qualidade nutricional mas que enchem a barriga”.

Legumes, fruta da época e ovos são apontados pela a APD como elementos a incluir nas refeições dos portugueses em troca da carne e do peixe. Tomar o pequeno-almoço em casa e aproveitar o pão para fazer refeições (açordas e migas) também são boas ideias para minimizar os efeitos da crise.