“Muitos homens preferem morrer com a disfunção [eréctil] a consultar um médico. A falta de informação é muito grave”. O alerta foi lançado, esta quarta-feira, pelo médico Pedro Vendeira e marcou a primeira sessão do XIV Fórum Farmacêutico promovido pela Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP).

Convidado a falar sobre disfunção eréctil, o professor da Faculdade de Medicina da UP alertou para o “grande tabu” que ainda existe em relação ao problema. As pessoas “têm dificuldade em abrir-se perante um médico, acrescentou.

Sexualidade em debate

A disfunção eréctil foi apenas um dos temas ligados à sexualidade que foram debatidos ao longo do XIV Fórum Farmacêutico. Em discussão estiveram também ao infertilidade (ver caixa), as doenças sexualmente transmissíveis, as disfunções sexuais e a transsexualidade.

Casos de infertilidade estão a aumentar

Outro dos temas em foco no fórum promovido pela FFUP foi o da infertilidade. Segundo Alberto Barros, do serviço de genética da Faculdade de Medicina da UP, este é um problema que já afecta cerca de 15% dos casais em idade procriativa”. “E os casos aumentam dia após dia”; alertou o médico.

“O objectivo principal é a formação pessoal de todos os interessados”, destacou Rui Cordeiro, presidente da Associação de Estudantes da FFUP, sobre um espaço que se pretende “aberto à discussão e ao debate”.

A iniciativa também é aplaudida pelos estudantes que preencheram o anfiteatro de Farmácia. Ana Pilar, aluna do 3º ano, considera que deve haver “maior abertura para falar destes temas”. A estudante considera que ainda existem “muitos tabus, mesmo nos jovens”, no que toca à sexualidade, pelo que este fórum é “uma boa forma de mudar mentalidades”.

Também Julieta Ferreira considera que os portugueses estão mal informados acerca da sexualidade. A estudante afirma mesmo que ainda existem muitos mitos e vergonha em volta deste tema.