13 de Março de 1989. Tim Berners – Lee, consultor de software da Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN), desenvolve um protótipo cujo objectivo era o de ligar o seu computador ao dos colegas para conseguir uma melhor gestão informativa. A proposta, à qual chamou “Information Management: A Proposal”, foi entregue ao seu superior Mike Sendall, que a classificou de “vaga, mas interessante”.

No entanto, foi só no decorrer do ano de 1992 que a ideia saiu do papel e começava, assim, a desenhar-se aquilo a que chamamos hoje de Web. O ponto de partida fulcral foi a primeira troca de informação bem sucedida entre um web browser e um servidor através da Internet, realizada pelo próprio Berners-Lee e pelo cientista Robert Cailliau.

A Web revelou-se um importante catalisador da popularidade da Internet por ser fácil de usar e apostar em formatos flexíveis. Apesar dos termos Internet e Web serem muitas vezes usados com referência à mesma coisa, a verdade é que são coisas distintas: enquanto que a Internet é uma rede de computadores que faz a troca de dados através de cabos, a Web é um conjunto de documentos de hipertexto ligados por uma rede abstracta de links e url’s.

Duas décadas depois – como viver sem a Web?

Será que hoje conseguiríamos viver sem Internet? Manuel Costa, licenciado em Tecnologia da Informação e Comunicação pela Universidade do Minho e estudante de mestrado na área de Audiovisual e Multimédia, faz parte de uma geração de jovens adultos que cresceu com a generalização do uso da Web.

O Projecto CERNland

O aniversário da World Wide Web foi o mote para o lançamento de um novo projecto do CERN, o CERNland. O já mencionado Robert Cailliau é o mentor da iniciativa, que pretende ligar a Organização Europeia para a Investigação Nuclear e as crianças entre os 7 e os 12 anos através de um website. A ideia é, segundo Robert Cailliau, atrair mais jovens para a Física, inteirando-os acerca do tipo de investigação que se faz no CERN.

Admite que, hoje, seria “incapaz de viver sem Internet” até porque, “nos tempos que correm, a própria sociedade e o Estado incentivam o seu uso”. Para Manuel Costa, o lugar que a Internet ocupa nos dias de hoje é “praticamente o mesmo que algumas gerações viveram em relação a outros meios, como a televisão ou até mesmo o automóvel”. “Faz parte da condição humana termos que nos adaptar a estas mudanças”, conclui.

Manuel Costa utiliza a Internet “todos os dias”. Também André Taveira, estudante da Faculdade de Economia da Universidade do Porto faz eco destas palavras. “Todos os dias” conversa com os amigos através do “MSN”, vê se recebeu algum “e-mail” e faz pesquisas no Google e na Wikipedia, “seja por razões lúdicas ou de trabalho”.

Também admite que não conseguiria viver sem Internet. E sabe porquê: ” A Internet transformou-se numa nova plataforma de comunicação, seja para socializar, trabalhar ou simplesmente perder tempo quando nada mais há para fazer”

O Futuro: democratização e segurança

Apesar da altura propensa para comemorações, há outros temas que não foram esquecidos e continuam a reacender discussões como, por exemplo, a questão da expansão social da Web. Tim Berners-Lee, numa palestra dada em São Paulo, Brasil, explicou que a tecnologia ainda está na “infância” e que apenas um quarto da população mundial tem acesso à Internet.

A segurança na Web é também outra questão que tem sido discutida. O próprio Berners-Lee foi alvo de uma fraude online, quando efectuou uma compra num site que, afinal, não existia. O “criador” do “www” confessa-se preocupado com o crime online, salientando que este deve ser combatido com a mesma eficácia que as autoridades usam para combater o crime no mundo real.