Com um investimento de 38 milhões de euros, 11 milhões a mais do que o previsto, e depois de sucessivos atrasos, os Molhes do Douro foram inaugurados esta sexta-feira, numa sessão que contou com a presença do ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, e da secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino.

Apesar da polémica, o ministro desvalorizou a derrapagem, ao considerar que o “deslize” foi um resultado dos “atrasos nos estudos ambientais e das condições do mar”. No final da cerimónia, em declarações aos jornalistas, Mário Lino salientou, ainda, que “uma parte significativa” dos custos, “cerca de oito milhões de euros”, correspondem a uma “actualização dos preços”.

Obra “inovadora”

Durante a apresentação oficial, que se realizou no molhe Norte, junto ao Castelo da Foz, Mário Lino elogiou a gestão do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM), admitindo que este “não foi um projecto fácil”, mas que “o IPTM soube superar as contrariedades que este projecto sofreu”.

A jurisdição dos Molhes do Douro fica, agora, entregue à Administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL). Os Molhes visam a estabilização das margens do Douro, nomeadamente do Cabedelo e das zonas ribeirinhas, bem como a preservação de valores ambientais, estéticos e paisagísticos. A melhoria das condições de navegabilidade e segurança em qualquer estado de maré é também um dos objectivos desta construção, iniciada em 2004.

“Não tenho dúvidas de que esta é uma obra candidata a prémios nacionais e internacionais”, afirmou o ministro, acrescentando que esta é uma “obra inovadora no mundo”.

Mário Lino incentivou ainda a continuação das parcerias entre administrações portuárias e administrações urbanas, referindo o Porto de Leixões como um “bom exemplo”. Os Molhes do Douro são galgáveis e o molhe Norte permite uma visita ao seu interior.