Duzentos anos depois daquele que foi um dos episódios mais marcantes das invasões francesas em Portugal, o Coliseu do Porto prepara-se para recordar a tragédia da Ponte das Barcas naquele que promete ser o maior concerto de sempre na histórica sala portuense.

Integrado no âmbito das comemorações do Bicentenário das Invasões Francesas, o espectáculo “Portugal” vai contar, este sábado, com a participação da Orquestra Clássica de Espinho e da Banda Sinfónica Portuguesa. A estas vão juntar-se 500 coralistas de coros do Porto e Vila Nova de Gaia., compondo um total de cerca de 700 artistas envolvidos.

O desastre da Ponte das Barcas

A 29 de Março de 1809, na sequência das conquistas das segundas Invasões Francesas, o Porto viu acontecer a maior catástrofe da história da cidade. O desastre da Ponte das Barcas matou mais de quatro mil pessoas, afogadas no Rio Douro. Reza a história que a ponte, feita de 20 barcaças ligadas por cabos de aço, não aguentou o peso da população que fugia das tropas francesas e colapsou, provocando a queda dos habitantes no rio. A data é assinalada este domingo, com a colocação de uma estátua do arquitecto Souto Moura no local.

Em jeito de homenagem às mais de quatro mil pessoas que pereceram juntamente com a Ponte das Barcas, em 1809 (ver caixa), a temática do concerto coral sinfónico é inspirada nos poemas da obra “Mensagem” de Fernando Pessoa. “É um espectáculo ímpar”, promete o cónego Ferreira dos Santos, criador do projecto.

O preço dos bilhetes varia entre os 5 e os 25 euros. Ao JPN, o presidente da Associação Amigos do Coliseu do Porto, José António Barros, diz que a adesão do público “tem sido óptima. A lotação da sala está quase lotada e ainda falta quase uma semana para acontecer”.