Marionetas à solta na Praça da Ribeira ou um balão de ar quente que não chegou a sair de terra. Em Dia Nacional dos Centros Históricos, o Porto mudou, por algumas horas, o figurino habitual. Quanto mais não seja pelo elevado número de suecos que, em dia de jogo contra a selecção nacional, circulavam pelas artérias da cidade.

Se já em 2008 os portuenses não faltaram às comemorações, este ano a adesão foi ainda “maior”, salienta Carina Novo, da Porto Lazer, entidade organizadora do evento. “O balanço é muito positivo”, diz, e alusão à programação “diversificada”. “Houve maior divulgação e também um maior número de instituições envolvidas”, salienta. “É sem dúvida um evento para repetir.”

Se muitos optaram por ingressar nas visitas guiadas a vários monumentos da cidade, outros fizeram questão de reservar o seu voucher para percorrer o rio Douro de barco. Uma sorte que não calha a todos. “Não fui a tempo de o levantar no Posto de Turismo”, lamenta Maria Silva.

Uma animação que não deu alento ao comércio da zona ribeirinha. “Eu pus uns paninhos do galo do Barcelos para ver se vendia alguma coisa e vendi muito mal”, lamenta Júlia Pinto, que nem nos turistas encontrou salvação. “Eles [suecos] só vêem para comer e beber.”

Também a comerciante Marta Santos faz eco destas palavras. “Não compram nada. Só querem beber. Isto está muito mau!”, exclama.

Um espectáculo para toda a família

São marionetas, semelhantes a tantas outras, mas enquadradas num “espectáculo mais animado”. O projecto “Puppetologia” surgiu há nove anos, fruto de uma ideia de Luís Faria, do grupo“Marionetas da Feira”. “Eu andava numa companhia itinerante e resolvi criar um espectáculo com música e com um texto bastante acessível”, explica.

Premiado como o melhor espectáculo de rua da 3.ª edição do Festival de Animação de Rua da Póvoa de Varzim, “Puppetologia” não é só um espectáculo com solos de um marionetista. A ideia é interagir com as pessoas, criando uma actividade para toda a família. “O balanço é positivo”, assegura Rui Sousa.

E as pessoas ficaram a olhar para o balão

Luís Ferreira, que estava encarregue da demonstração ao público, apela à compreensão dos presentes. “O tempo não está a dar para trabalhar. Isto porque trabalhamos com oito nós, e estão à volta de 25 nós. E não temos neste momento condições de segurança para trabalhar com o balão”, explica, censurando as condições atmosféricas.

Se o tempo tivesse permitido, estava previsto um “voo estático”. O balão, preso em três cordas, subiria até 30 metros de altura, “só para as pessoas terem percepção do que é o balão”, refere Luis Ferreira. Restou pequenas demonstrações aos mais curiosos.