As conferências “Science What Else”, que trouxeram ao auditório da Biblioteca Almeida Garrett diversas personalidades ligadas à Ciência, não registaram grande participação do público. Paulo Gusmão, da organização, salienta que a adesão “aquém das expectativas” é a “principal falha” a registar da 7.ª Mostra Ciência, Ensino e Inovação da Universidade do Porto (UP), que decorreu entre 26 e 30 de Março, no Pavilhão Rosa Mota.

Os encontros de comunicadores de Ciência, que exigiam inscrição prévia, e os debates do início da tarde foram os que levaram mais pessoas à biblioteca. “O auditório é lindo, mas à noite há muita gente que não gosta de atravessar os jardins do Palácio de Cristal”, justifica Paulo Gusmão.

“Mesmo assim há que lembrar que a própria mostra na sua primeira versão teve muito pouca adesão e hoje tem cerca de 14 mil visitantes”, acrescenta. O responsável manifesta ainda a sua vontade em dar continuidade ao projecto na próxima edição da Mostra da UP. O objectivo é desenvolver debates que “reúnam a comunidade académica”.

Quem também lamenta a ausência de público, principalmente de jovens, são os vários congressistas. Daniel Serrão, professor jubilado da Faculdade de Medicina da UP fala numa certa aversão dos mais novos à ciência e, diz mesmo, que só se o título das sessões fosse “A Ciência vai acabar” é “que vinha gente”. “Agora como é uma coisa universitária com aspecto seriozinho…”, diz, em jeito de conclusão.

Poucos, mas interessados. O público que assistiu às várias conversas do “Science What Else?” classificou o projecto como “muito louvável”. Miguel Sousa, que assistiu ao debate “Utopia e Ciência”, referiu a importância de “levar a ciência a outros domínios” para a tornar “global e acessível a todos”.

A 1.ª edição do ciclo de debates da Mostra da UP contou com 39 oradores das mais diversas áreas de conhecimento e, nas palavras do congressista José Maia, membro da Faculdade de Desporto da UP, trouxeram “mais sabor a ciência”.