Susana Fonseca é, desde o passado sábado, a primeira mulher a ocupar a presidência da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza. A socióloga, que já integrava a anterior direcção como vice-presidente, sucede assim a Hélder Spínola na liderança da associação ambientalista.

As eleições para a Direcção Nacional da Quercus contaram com duas listas candidatas. A lista B, presidida por Susana Fonseca acabou por levar a melhor, obtendo 86 votos, contra os 34 da lista A, encabeçada por João Branco, presidente do núcleo regional da Quercus de Vila Real.

Aos 34 anos, e prestes a concluir o doutoramento na temática de Sociologia do Ambiente no ISCTE, Susana Fonseca encara o mandato de dois anos como “um novo ciclo” na vida da organização. As prioridades da nova presidente passam por “melhorar a comunicação interna ” e “reforçar a angariação de sócios”.

Quanto ao facto de ser a primeira mulher, em 25 anos, a ocupar a presidência da Quercus, a socióloga confessa ao JPN que “é sempre interessante”, embora “não façamos qualquer tipo de distinção entre homem ou mulher, as pessoas ocupam os cargos pela suas disponibilidades e capacidades”. Confessa também que “nunca foi um objectivo chegar a presidente”.

Aposta na “continuidade”

A nova direcção

Para além de Susana Fonseca, a nova direcção da Quercus integra os nomes de Nuno Sequeira e Francisco Ferreira (vice-presidentes), Hélder Spínola, Helena Amendoeira, Ana Barata, Ana Cristina Figueiredo, José Paulo Martins e Manuel Miranda Fernandes, todos como vogais. “Grande parte da equipa do mandato anterior mantém-se”, confirma a presidente. Nas eleições de sábado foram ainda eleitos os membros da Mesa da Assembleia-Geral, Conselho Fiscal e a Comissão Arbitral da Quercus

Para Hélder Spínola, anterior líder da Quercus, “estão reunidas todas as condições para que Susana Fonseca garanta a continuidade das medidas que têm sido implementadas” mas “também a possibilidade de fazermos algumas reformas na forma como a associação coloca as suas questões junto da sociedade e dos governantes”.

O antigo presidente, que integra a nova direcção como vogal, faz um “balanço positivo” dos seis anos de mandato. Spínola salienta as acções de “intervenção do ponto de vista judicial, com vários processos em tribunal devido a inúmeras situações de atentados ao ambiente” e o facto de a associação ter “colocado imensas questões na ordem do dia e levado governantes e autarcas a terem em atenção aspectos ambientais nas suas opções”.

Sobre o futuro da Quercus, o ambientalista salienta o trabalho que há ainda a fazer na área de ordenamento do território e em “dotar a associação de grupos de trabalho especializados”. Medidas que Susana Fonseca também considera “prioritárias”.