A 31 de Março de 1889, o engenheiro francês Gustave Eiffel subia os 1.710 degraus para hastear a bandeira francesa naquele que se viria a tornar o ex-líbris da “Cidade-luz”. Era, assim, inaugurada a Torre Eiffel, erguida ao lado do rio Sena, em Paris.

Para o arquitecto Domingos Tavares, o facto de a Torre Eiffel ter surgido na época da arquitectura do ferro, fez com que esta se tornasse num monumento reconhecido em todo o mundo: “É um símbolo de Paris, trata-se de um símbolo de carácter tecnológico e surge num momento de explosão da tecnologia do ferro, tendo sido considerada uma obra muito elegante que foi ganhando prestígio ao longo dos tempos.”

Em termos arquitectónicos, Domingos Tavares considera, no entanto, que a obra não tem grande valor estético. “Enquanto obra, funciona mais como um símbolo, mas com um traço de uma peça elegante. Como obra arquitectónica não posso dizer que é uma peça belíssima.”

O arquitecto confessa não ser fã deste tipo de linha. “Não sou muito sensível à tecnologia do ferro, por isso nunca foi matéria de inspiração directa para mim”, justifica.

O professor do Departamento de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), Adão da Fonseca, refere-se à Torre Eiffel como sendo uma “obra extraordinária”. “Pode ser olhada como uma escultura. É, de facto, uma obra muito bem construída e pensada.”

Questionado acerca da durabilidade do monumento, Adão da Fonseca afirma que a Torre Eiffel poderá durar para sempre: “As estruturas em aço, e deste tipo de aço, relativamente resistente à corrosão, podem ter uma durabilidade indefinida por ser possível substituir os elementos.”

Ana Oliveira, estudante de Arquitectura na UP, conta que as obras de Eiffel são mencionadas nas aulas e que esta obra teve um grande impacto na altura da sua construção: “A Torre Eiffel foi uma construção da época do ferro e do vidro e a partir daí tem vindo a receber uma importância muito grande”, salienta, em alusão ao seu cariz turístico.

Em Portugal, podemos apreciar algumas das obras de Gustave Eiffel como, por exemplo, a Ponte D. Maria Pia, no Porto.