Como é costume, os números diferem. A greve organizada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) atingiu, esta quinta-feira, hospitais em todo o país. Se o SEP aponta para uma adesão entre os 75% e os 95%, o Ministério da Saúde considera que a percentagem estará nos 58,62%.

No Porto, o Hospital de Santo António avança com uma participação de 66%. Já o Hospital de S. João ainda não divulgou quaisquer dados.

A greve, que decorre até sexta feira, está direccionada contra o “aprofundamento da discriminação entre profissionais da mesma classe” provocado pelas “propostas do Ministério da Saúde”, diz Guadalupe Simões, do SEP.

“Desde a passagem dos hospitais a EPE’s [Entidades Públicas Empresariais] todos os enfermeiros que foram admitidos desde 2001 receberam contractos individuais de trabalho, a abrigo do Código de Trabalho”, recorda.

As alterações propostas pelo Ministério da Saúde podem levar a que os funcionários “com contratos de trabalho em funções públicas” – isso é, anteriores à introdução do regime EPE – estarão ao abrigo duma série de regras “substancialmente diferentes, para melhor” daquelas que regem os colegas do sistema actual. Uma forma de “discriminação entre profissionais da mesma classe”, salienta Guadalupe Simões ao JPN.

A “gralha salarial”, o “número de dias de férias” e os “estatutos de higiene, saúde e segurança” são apenas alguns dos factores que, segundo a sindicalista, dividiriam os trabalhadores quanto à aprovação das medidas propostas pelo ministério.

Paralisação na Unidade de Saúde do Carvalhido

Fazendo o balanço da greve nas instituições de saúde do Grande Porto, o resultado mais extremo verificou-se na Unidade de Saúde do Carvalhido, em que a adesão foi total.

Em relação ao Hospital de S. João não foi ossível obter dados em tempo útil. Contactado pelo JPN, o gabinete de comunicação daquela unidade de saúde admitiu não existirem, ainda, “dados concretos”. Informou, no entanto, que o hospital estava a funcionar “em todos os serviços, com algumas limitações”.

A SEP tem agendada para hoje, quinta-feira, uma vigília em frente à Administração Regional de Saúde de Lisboa. Amanhã, essa iniciativa será complementada por “concentrações de enfermeiros em 22 locais espalhados pelo país”, completa Guadalupe Simões.