A enxaqueca afecta entre três a quatro vezes mais os familiares directos de quem sofre desta doença. A conclusão é de um estudo desenvolvido por investigadores do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) da Universidade do Porto e do Hospital de Santo António, o qual incidiu sobretudo sobre a componente genética com a doença.
Publicado este mês na revista americana “Headache“, o trabalho comparou a frequência da doença em 144 famílias com a frequência da população em geral, num total de 483 pessoas afectadas por ambos os tipos de enxaqueca e os seus familiares (pais, irmãos e filhos). Concluiu-se ainda que a enxaqueca com aura (que envolve manifestações visuais, sensitivas, auditivas ou motoras que antecedem a dor de cabeça) foi menos frequente do que a enxaqueca sem aura.
A enxaqueca é uma doença que afecta cerca de 15% da população portuguesa. As causas estão relacionadas, para além da predisposição genética, com factores ambientais, como é o caso de certo tipo de alimentos, alterações do ritmo do sono ou mudanças de tempo.
Segundo Carolina Lemos, investigadora do IBMC, “pensa-se que as alterações hormonais também podem estar na origem desta doença, o que pode explicar a maior frequência nas mulheres, que é entre duas a quatro vezes superior à dos homens”.
A investigadora salienta ainda a importância da procura das causas da doença, para que se possam desenvolver tratamentos mais eficazes. No futuro, os factores genéticos de susceptibilidade continuarão a ser estudados por este grupo de investigadores.