O projecto surgiu de uma iniciativa da “YDreams”, uma empresa que concebe produtos e soluções tecnológicas. Numa tentativa de introduzir interactividade em objectos do quotidiano, convidaram-se indústrias portuguesas e grupos de investigação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Daí até ao surgimento da “YInvisible” seria um pequeno passo.
Segundo Inês Henriques, líder do projecto “Invisible Network”, a tecnologia “surgiu da execução de vários projectos de investigação e assenta no princípio do electrocromismo, através do qual é possível activar e desactivar imagens embebidas em várias superfícies, mediante a passagem de uma pequena corrente eléctrica.”
Camisolas que mudam de cor e papéis em que surgem desenhos são alguns dos projectos onde foi aplicada a nova tecnologia. O processo é possível graças à utilização de reacções químicas simples, em vez dos tradicionais e complexos sistemas de computação. Reacções essas que podem ser provocadas por simples estímulos como um botão ou um interruptor, por sensores de movimento, de som ou de luz, ou por uma simples chamada telefónica. Tem ainda a vantagem de consumir muito pouca energia.
Aplicações na prática de baixo consumo
Perante a versatilidade da tecnologia e o baixo consumo energético, estes protótipos poderão ser aplicados no futuro, em “áreas tão diversas como a publicidade, a imprensa escrita, o packaging, o vestuário e calçado, o mobiliário ou os brinquedos”, afirma Inês Henriques.
Por enquanto, a tecnologia pode ser aplicada em objectos tão comuns como uma t-shirt, jornais ou revistas, mobiliário, objectos de vidro ou plástico, entre outros.
Os produtos baseados neste tipo de tecnologia devem estar disponíveis no mercado dentro de três anos, adianta Inês Henriques. Quanto aos custos de produção ou ao preço final de venda ao público, ainda não há estimativas concretas.