A colecção “30 Anos, 30 Filmes”, uma panorâmica sobre alguns dos filmes mais memoráveis das três décadas da história do festival, já está à venda, sendo o preço unitário de sete euros. Cada DVD desta colecção de inéditos só contém o filme, ou seja, não contém extras.

Apesar da selecção não ter sido feita pela Cinema Novo, cooperativa que organiza o Fantasporto, mas sim pela cadeia de lojas Fnac, estão representados todos os géneros que tornaram o festival portuense num fenómeno de culto: cinema oriental, ficção científica, animação e terror.

“Festa de Casamento”, de Brian de Palma, “Tetsuo”, de Shinya Tsukamoto, “A Trunfa”, de Bill Plympton e “Feebles, os Terríveis”, de Peter Jackson são alguns dos filmes agora disponíveis.

Mário Dorminsky, um dos directores do Fantasporto, disse, em conversa telefónica com o JPN, que a colecção de filmes “faz parte do conjunto de iniciativas, sobretudo na área de edição, quer de livros, quer de DVD.”

A colecção “30 Anos, 30 Filmes” está, segundo Dorminsky, “a funcionar muito bem”. O director salienta que a Cinema Novo está, de momento, “a fazer um forcing maior” para poder “colocar mais filmes no mercado porque se estão a vender bem”. Para além do reforço da tiragem, que, na opinião do director, “foram significativas para o mercado português”, está prevista para Setembro uma segunda fase com mais 30 filmes, apesar de admitir que são filmes “destinados a nichos, não ao grande público”.

Para além do lançamento de DVD avulsos, está previsto, para Outubro, uma caixa dedicada a Bill Plympton, o mestre do cinema de animação que já venceu dois prémios de carreira no Fantasporto, “incluindo curtas metragens e anúncios”. O coreano Kim Ki Duk também terá a sua caixa à venda a tempo de “vender razoavelmente bem” no Natal.

Fundação só em 2010

O processo de transformar o Fantasporto em fundação, como forma de assegurar a continuidade e estabilidade financeira do festival, sofreu atrasos e não deverá estar concluído antes do próximo ano.

“Não conseguimos, sobretudo por causa das eleições, ter uma resposta completamente positiva por parte do Estado e autarquia”, desabafa Dorminsky. O leilão de obras de arte, previsto para este mês e anunciado no fecho da última edição do Fantasporto, também “está parado porque, pelo que é dito por galeristas e artistas, está-se a vender pouca arte”.

No próximo mês de Maio, o Fantasporto volta a estar presente no Festival de Cannes, ainda que sem apoios estatais, para promover o festival e a cidade no estrangeiro, segundo declarações de Dorminsky à agência Lusa. O Fantasporto terá um stand próprio na “Marché du Film”.

Quanto à edição do próximo ano, o maior desejo de Dorminsky é pode trazer ao Porto mais do que os dois nomes de referência mundial que vieram em 2009. “Estaremos sempre dependentes do Ministério da Economia e Inovação porque integra a parte do turismo e é aí que é importante que haja uma participação muito forte” para trazer “mais do que dois, três ou quatro” realizadores no próximo ano.

A edição 30 do Fantasporto realiza-se de 26 de Fevereiro a 6 de Março.