O pretexto foi a inauguração da nova esquadra da PSP na freguesia do Bonfim, e serviu para o Secretário de Estado da Administração Interna, Rui Sá Gomes, apresentar um relatório dos investimentos que vão ser feitos nas instalações de 21 esquadras do distrito do Porto.

Quinze milhões de euros é quanto o Ministério de Administração Interna promete investir na recuperação das instalações das forças policiais. Mais 15,8 milhões de euros serão aplicados na construção de novas infra-estruturas.

De entre as 21 esquadras que vão ser requalificadas encontram-se algumas pertencentes ao concelho do Porto: Cedofeita, Foz, Aldoar, Viso, Lagarteiro, Campo Lindo e Paranhos. Só nestas sete freguesias o investimento será de cerca de 3 milhões de euros.

A nova esquadra do Bonfim

Situada num prédio recuperado no nº 218 da rua do Heroísmo, a 3ª esquadra do Bonfim vai albergar os serviços que, até agora, funcionavam na esquadra da Batalha e na terceira esquadra da Rua Pinto Bessa. A nova infraestrutura, avaliada em cerca de 350 mil euros, vai assim integrar o comando da primeira divisão, a esquadra de investigação criminal, o destacamento de comunicação do Norte, o núcleo de deontologia e disciplina, o núcleo de armas e explosivos, o núcleo de informática, o núcleo de finanças e a secção de achados.

O plano abrange ainda os concelhos de Vila Nova de Gaia, Gondomar, Maia, Paredes, Matosinhos, Vila do Conde, Santo Tirso e Paços de Ferreira. Já as esquadras de São João de Deus, do Infante, do Marco de Canaveses e de Amarante não vão ser incluídas nesta reestruturação. Contudo, Rui Sá Gomes garantiu estar “consciente” da degradação destas instalações, que serão as “próximas prioridades”.

“Cerca de 96% de esquadras em estado de degradação”

Segundo um estudo da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP-PSP), o comando metropolitano da PSP do Porto é o que tem piores condições em todo o país, o que justifica este investimento como sendo “crucial para o bom funcionamento para a imagem da polícia e até para a credibilidade do serviço da polícia”, diz Paulo Rodrigues, líder daquela organização sindical.

Paulo Rodrigues alerta para o mau estado das instalações da polícia ao qual os cidadãos não são alheios: “Neste momento continuamos com muitas esquadras degradadas no Porto, a ponto de alguns cidadãos já terem feito queixas à polícia de que não queriam entrar em determinada esquadra por não existirem condições”.

Paulo Rodrigues diz mesmo que “o cenário do comando metropolitano da PSP do Porto é um cenário caótico, temos cerca de 96% de esquadras em estado de degradação”.

Segundo Paulo Rodrigues há duas situações prioritárias a melhorar. A primeira passa pela “valorização dos recursos humanos, é preciso ter pessoal motivado para melhorar a qualidade do serviço para se sentirem preparados para tudo e mais alguma coisa para se sentirem bem a desempenharem o serviço que desempenham”. A outra consiste no “melhoramento das condições a nível de equipamento”, avisa o sindicalista.