Trabalhar na China nas tecnologias das energias limpas está no horizonte da Energias de Portugal (EDP). Até ao final deste ano, a empresa portuguesa quer entrar no mercado chinês das energias renováveis. Este é um objectivo que vem no seguimento da criação da EDP-Energy Solutions Asia há dois meses.

Em declarações à agência Lusa, João Marques da Cruz, administrador executivo da EDP-Energy Solutions Asia, disse que o grupo não investirá de imediato na China, mas que aquele mercado asiático está “no mapa” empresarial da EDP, até porque a empresa portuguesa presta atenção às oportunidades oferecidas pela China, nomeadamente ao nível de “fazer parcerias para transferência de conhecimento e gestão de projectos”.

Só numa “segunda fase” e “correndo bem estas parcerias” é que a EDP poderá partir para um investimento real, o que, a acontecer, só terá lugar algures nos próximos três anos. É de esperar, no entanto, que se realizem, ainda em 2009, “contratos de prestação de serviços”.

Segundo o administrador, a escolha da China está relacionada com a “enorme oportunidade” que aquele país representa para a área das energias limpas. A EDP terá a oferecer “os sistemas, os conhecimentos e as pessoas treinadas” para poder operar nos equipamentos já disponíveis que permitam atingir eficácia energética e reduzir emissões num país em que a poluição está na ordem do dia. “É conhecimento que nós queremos trazer”, conclui João Marques da Cruz.

Em Fevereiro, e segundo a embaixada chinesa em Portugal, a EDP e o empresário Stanley Ho anunciaram a criação da EDP-Energy Solutions Asia, empresa direccionada para investimentos na China na área das energias limpas, em que o grupo português e o empresário repartiam o capital em 60-40, respectivamente.

A EDP-Energy Solutions Asia, com sede em Pequim, opera na prestação de serviços de “assistência técnica, consultadoria e gestão operacional a empresas chinesas”, além de funcionar como um “observatório de oportunidades de investimento” na China.

Para além da recém-criada EDP-Energy Solutions Asia, a EDP está presente no mercado asiático com uma participação na Companhia de Electricidade de Macau onde, em Janeiro, a EDP anunciou um investimento para 2009 de 92 milhões de euros. Na altura, o administrador executivo da Companhia de Electricidade de Macau, Franklin Willemyns, tinha defendido a necessidade de “mais investimento” na produção de energia com recurso a gás natural.