Segundo o relatório do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), o concelho de Vila Nova de Gaia liderou o número de inscritos nos centros de emprego no mês de Fevereiro, com um número que atinge quase as 25 mil pessoas.

Em Fevereiro de 2009, Portugal registou um total de 469.299 desempregados, com especial incidência para a região Norte (cerca de 43% do total nacional).

No ranking da estatística concelhia para o número de desempregados, os três concelhos mais afectados são os de Gaia, Lisboa e Sintra.

A tendência nacional aponta para um maior número de mulheres inscritas, sendo que cerca de 55% do número de desempregados corresponde a pessoas do sexo feminino.

Concelhos mais afectados por região

Norte: Gaia, Porto, Guimarães (total de 202.053 inscritos); Centro: Coimbra, Viseu e Leiria (71.108); Lisboa e Vale do Tejo: Lisboa, Sintra e Amadora (137.694); Alentejo: Évora, Odemira e Elvas (21.955); Algarve: Portimão, Albufeira e Loulé (20.772); Açores: 4.928; Madeira: 10.789

A actividade mais afectada é a da Construção, com um total de 9.430 desempregados; o mesmo acontece com o sector dos serviços e com o grupo profissional afecto a serviços, protecção e segurança.

No que toca ao nível de escolaridade, o número de desempregados com um grau superior corresponde a 9% da totalidade.

“A parte patronal está-se a aproveitar da crise para fazer despedimentos”

Alfredo Correia, da União Geral de Trabalhadores, alerta para uma preocupação com todo o país mais do que com o concelho de Gaia. Em conversa com o JPN, o coordenador atribuiu parte da responsabilidade deste cenário às entidades patronais e explica que “o que acontece é que lamentavelmente a parte patronal está-se a aproveitar da crise para fazer despedimentos”.

Perante um cenário pouco motivador, destaca-se o concelho de Alcoutim, no Algarve, pelo facto de, no mês de Fevereiro, ter registado apenas sete desempregados. Seguem-se os concelhos de Manteigas, Penedono e Vila Velha de Ródão, todos com nove desempregados inscritos.

Para Alfredo Correia, a intervenção autárquica “não é suficiente”. A resolução do problema passa, por isso, pela intervenção do governo que, para o coordenador, “neste momento não está a produzir efeitos em lado nenhum. O único sítio em que está a produzir é para a entidade patronal salvaguardar os seus accionistas, e aproveitar-se duma política anti-crise para proceder a despedimentos”, finaliza.