A Academia Nacional de Belas Artes (ANBA) distinguiu, esta terça-feira, a artista Maria Keil, com o Prémio Aquisição, um galardão que distingue, anualmente, um artista com obra representativa na pintura, escultura e arquitectura.

O júri, constituído por António Valdemar, Manuel Reis Santos e António Marques Miguel, respectivamente presidente, vice-presidente e secretário-geral da ANBA, foi unânime na atribuição do prémio à aritista de 94 anos. “É uma das maiores artistas portuguesas e continua a ser um exemplo notável de lucidez, de vigor e sensibilidade”, declarou António Valdemar, à Lusa.

“Maria Keil tem um lugar muito representativo no panorama português do século XX da pintura, do desenho, da cerâmica, da ilustração e design do livro e até da filatelia”, acrescenta.

Nota biográfica

Maria Keil do Amaral nasceu em Silves, em 1914. Com uma carreira que abraça a pintura, desenho, ilustração, o design gráfico e de mobiliário, a cerâmica ou a cenografia, foi na composição de azulejos que mais se destacou. Participou na montagem e decoração da Exposição Internacional de Paris de 1937 que foi internacionalmente considerada como uma das mais notáveis realizações plásticas da década. Estudou pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, sendo a última aluna viva de Veloso Salgado. Foi casada com o arquitecto Francisco Keil do Amaral, de quem teve um filho, também arquitecto.

A Academia considerou ainda que a artista plástica “tem atingido a maior repercussão nacional e internacional” e sublinha, em comunicado, o trabalho desenvolvido por Maria Keil “nas mais diferentes áreas da criação artística e da intervenção cultural e cívica” desde a segunda metade do século XX. (ver caixa)

Prestes a completar 95 anos – no próximo mês de Julho – Maria Keil “continua a trabalhar, a conviver com os amigos, a sair à rua, sozinha, desde a sua residência no Restelo até ao seu atelier, no 3º andar de um prédio do Príncipe Real, com uma fascinante vista para o Tejo”, sublinhou ainda o presidente da ANBA.