Cinco anos depois, Old Trafford voltou a assistir a uma grande exibição do FC Porto. Depois de ter conseguido o apuramento para as meias finais em 2004, na temporada em que venceu a Champions, os portistas voltaram a exibir-se a grande nível e sairam do “Teatro dos Sonhos” com um resultado que lhes permite encarar a partida da segunda mão com optimismo. Marcar dois golos fora ao campeão da Europa e do Mundo não é para todos e disso pode-se gabar este grande Porto, que continua a fazer sonhar Portugal, que desespera por pontos na Europa.

Os dragões entraram muito bem no jogo, e rapidamente se percebeu que o cenário de Old Trafford não iria ser problema para a turma de Jesualdo Ferreira. Os portugueses entraram a todo o gás, e depois de Lisandro ter ameaçado o golo, foi Cristian Rodriguez que vestiu a pele de Costinha e gelou, à maneira do Dragão, um estádio que já se habituou a exibições de grande classe dos campeões nacionais.

Van der Sar nada pôde fazer e, em muitas jogadas depois, conseguiu cotar-se como sendo o melhor da sua equipa ao evitar, por várias vezes, o segundo golo do FC Porto. O trio Lisandro, Hulk e Rodriguez ameaçavam tirar do sério Sir Alex Ferguson, que apenas viu um pouco da sua equipa aos 13 minutos, quando Ronaldo (muitos furos abaixo do que já nos habituou) cabeceou para defesa de Helton.

Mas perante tanto domínio, foi num dos melhores panos que a nódoa caiu. Bruno Alves tinha estado imperial na segurança defensiva dos dragões mas um mau atraso para o seu guarda redes foi bem aproveitado por Rooney, que empatou assim a partida. Estavam decorridos 15 minutos de um jogo de grande nível, e onde os azuis e brancos mostravam carácter e personalidade em todo o campo.

Na primeira parte ainda se assistiu a um lance perigoso de Hulk, mas os golos só voltariam a surgir na segunda metade.

Aí, e com um Man Utd mais parecido com aquele que estamos habituados, foi Ronaldo e companhia que estiveram mais dominadores. A entrada de Giggs e depois de Tevez trouxe maior dinamismo aos red devils, mas o FC Porto não deixava de espreitar o ataque, lançando rápidas jogadas que nunca tiveram o sabor mortífero, bem ao gosto de Jesualdo Ferreira.

Os homens da casa dispuseram assim das melhores oportunidades, com Vidic e novamente Rooney a colocarem Helton à prova, mas foi o recém entrado Tevez que consumou a reviravolta no marcador. A cinco minutos do fim, o argentino aproveitou assistência de Ronney e bateu Helton pela segunda vez, levando à loucura os adeptos do Man Utd.

O FC Porto parecia que ia sair derrotado do “Teatro dos Sonhos”, mas Mariano tinha outras ideias. A festa continuava nas bancadas quando o argentino voltou a gelar Old Trafford, encostando para golo um cruzamento do compatriota Lisandro.

Ainda se olhou para o banco para ver se Jesualdo repetia a correria de Mourinho, numa partida onde o resultado acaba por ser justo. Até final, um livre à Ronaldo (que não ganhou nenhum lance a Fernando durante o jogo), não teve o carimbo do português e Giggs rematou por cima.

O jogo chegava ao fim com um resultado que acaba por servir os interesses dos portistas, que levam para o Dragão um resultado que faz sonhar os portugueses com uma meia final europeia em tons de azul e branco.