Elisa Ferreira adiantou ao JPN “que desiste do cargo no Parlamento Europeu se for eleita para a Câmara do Porto”. A candidata do Partido Socialista (PS) à Câmara do Porto ocupa o quarto lugar na lista do PS às próximas Europeias, uma posição elegível, uma vez que, de acordo com as sondagens, o PS poderá eleger onze deputados.

Para a eurodeputada não é possível conciliar os dois cargos, uma vez que a Câmara do Porto lhe vai exigir “a máxima dedicação”. Confrontada com o exemplo de Francisco Assis – deputado europeu e candidato socialista derrotado por Rui Rio nas autárquicas de 2005 – a candidata diz ainda não acreditar que o cargo em Bruxelas a possa prejudicar na corrida pela autarquia: “O meu lugar na lista do PS é um reconhecimento do meu trabalho, é um sinal de prestígio”, destaca.

Segundo André Freire, especialista em Sociologia Política, Elisa Ferreira “é uma candidata fantasma ao Parlamento Europeu”. “Se a Elisa Ferreira se candidata a um cargo que pode não ocupar, é uma candidata fantasma. Está a garantir um cargo no caso de não ser eleita para a Câmara do Porto”, sublinha André Freire ao JPN.

“A candidatura a vários cargos tem sido uma tendência. Não é apenas a Elisa Ferreira…a Ana Gomes [candidata socialista à Câmara de Sintra] está na mesma situação”, afirma o politólogo.

André Freire considera que a candidata do PS integra a lista “pelas provas dadas que tem” e não apenas para obedecer às quotas de género, que exigem mais de um terço de mulheres na lista.

Ao cabeça de lista, Vital Moreira, seguem-se Edite Estrela, Capoulas Santos, Elisa Ferreira e o ex-ministro da Saúde, Correia de Campos.