Os pedidos de ajuda não param de chegar ao Centro de Actividades Ocupacionais (CAO) no Porto, mas a capacidade de resposta “nem sempre é a melhor”. O problema é assumido por Abílio Cunha, presidente da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral (APCC) no Porto, que, em declarações ao JPN, se mostra “impotente” para dar respostas suficientes a todos os pedidos que diariamente chegam.

Apelando à compreensão, o responsável afirma que gostaria “de dar outro tipo de resposta às necessidades dos doentes”, mas que, tendo em conta os “recursos limitados” que a APCC tem, “nem sempre é possível fazer tudo o que pretendemos”.

Actualmente, o CAO está com uma lotação de 108%, mas ninguém fica abandonado. Abílio Cunha esforça-se por “pelo menos atender os doentes uma ou duas vezes por semana”. De entre as várias actividades que as pessoas com deficiência podem fazer, o presidente destaca o desporto e a cultura. “O CAO tem um grupo de teatro muito concorrido pelos jovens”, afirma.

Questionado sobre as carências da associação, Abílio Cunha hesita, tantas que são as limitações existentes na APCC. A obtenção de mais recursos seria, na sua opinião, um factor determinante para “uma maior resposta à população, não só na cidade do Porto, mas também nas zonas limítrofes”.

Novas unidades dariam solução a muitos problemas

A construção de novas unidades como as 14 existentes no Porto seria a solução ideal para a APCC conseguir dar resposta a todos os pedidos. “A Área Metropolitana do Porto deveria dar mais atenção a este tipo de população porque não basta criar respostas locais, é preciso depois que as instituições vocacionadas para os diversos tipos de deficiência contribuam com o seu know how.”

“Não podemos pôr uma pessoa com paralisia cerebral ao lado de uma pessoa com uma doença mental”, ressalva Abílio Cunha.

O voluntariado é algo que o responsável não descura, pois ocupa um papel fundamental no apoio. “Cada vez mais os voluntários são uma parte bastante importante nesta associação e nós já temos uma percentagem razoável. É um fenómeno que tem vindo a crescer, o que para nós se torna bastante útil”, conclui.