A Qimonda Portugal despediu, esta terça-feira, 600 funcionários e colocou em regime de “lay-off” (suspensão de contrato) outros 800 trabalhadores. O despedimento atinge os 400 trabalhadores que permaneciam com contrato, afectando ainda 200 efectivos.

Com estas medidas, “necessárias e que mantêm em aberto a possibilidade da unidade de Vila do Conde vir a integrar uma futura solução para o grupo Qimonda”, apenas se manterá em funções uma equipa de cerca de 200 pessoas. A estas caberá “manter a operacionalidade da empresa” e trabalhar na “procura de soluções de continuidade do negócio”, refere a Qimonda em comunicado.

Sem que ainda tenha surgido o investidor que a fábrica tanto precisa, a administração viu-se obrigada a dispensar força de trabalho. A decisão, que a Qimonda Portugal adiou por causa da Páscoa, não é vazia de responsabilidade. “A Qimonda Portugal está consciente das implicações sociais destas medidas”, lê-se no comunicado. “Nesse sentido, serão evitadas, dentro do possível, as cessações de contrato que afectem, por exemplo, os dois cônjuges, ou famílias mono-parentais com filhos a cargo, entre outras situações”, acrescenta.

A medida tem contornos simbólicos já que a retoma da produção – parada desde o dia 28 de Março por falta de matérias-primas – estava marcada para hoje. No mesmo comunicado, a Qimonda Portugal sublinha os “esforços extraordinários desenvolvidos pelo Administrador de Insolvência na Alemanha, pela administração da Qimonda Portugal e pelo Governo Português para viabilizar uma solução”.

A terminar, a empresa garante ainda que “continuarão a ser desenvolvidos todos os esforços para garantir, no futuro, a viabilidade económica da empresa”.