Estão para completar 18 anos em 2009, ano em que ocorrem três eleições: autárquicas, legislativas e europeias. São 300 mil, os jovens que vão poder beneficiar, este ano, da campanha “Votar é fácil”, desenvolvida pelo Instituto Português da Juventude (IPJ) em parceria com a Direcção-Geral da Administração Interna (DGAI), lançada esta quinta-feira.
Facilitar é a palavra-chave do projecto. Todos aqueles que até ao final de 2009 façam 18 anos ficam, automaticamente, recenseados, graças à nova legislação, não necessitando, por isso, de se dirigir às Juntas de Freguesia. Para informar os eleitores, será, assim, criado um micro-site, em que os jovens podem consultar o seu número de eleitor e o local onde vão votar, bem como dados sobre as várias campanhas eleitorais a decorrer.
Nova lei do recenseamento
A nova lei do recenseamento saiu a 27 de Agosto de 2008 e pretende simplificar o sistema de recenseamento e de voto. Deixa de existir o cartão de eleitor e, como explicou ao JPN, Tiago Reis, do CAE, é tudo “informatizado” e “muito mais rápido”. No acto eleitoral, já não é preciso apresentar o cartão de eleitor, bastando apresentar o número ou o cartão do cidadão.
“A Internet vai ajudar bastante”, revela ao JPN Tiago Reis, do Centro de Apoio Eleitoral (CAE). O responsável na área do recenseamento salienta que a iniciativa “tem tudo para dar certo”, visto serem aproveitadas as “novas tecnologias”.
Os futuros eleitores também podem utilizar os serviços SMS para receber informações. Basta enviar uma mensagem escrita para o 3838, indicando a data de nascimento e número do bilhete de identidade.
Ainda há interesse dos jovens pelo voto
A iniciativa surge da preocupação dos políticos portugueses “que notaram que havia pouco interesse por parte dos jovens” na política, revela Tiago Reis.
Contudo, segundo o responsável, o CAE recebe costuma receber chamadas de jovens que procuram informações. “Ao contrário daquilo que se pensa tem havido alguma atenção por parte dos jovens que se preocupam em relação ao cartão de eleitor”, diz.
A iniciativa decorre durante todo o ano no sentido de “tentar mobilizar” e fomentar o “interesse sobre a política e o recenseamento”, esclarece.
Reduzir as “burocracias” e obter mais informação
“A política nunca puxou por mim”. É assim que Mariana Costa, estudante de 18 anos, justifica o facto de ainda não estar recenseada. Apesar de tudo, considera que a campanha “ajuda bastante” e que faz com que os jovens “possam participar mais”.
Já Marisa Oliveira, também de 18 anos, estudante de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto, já está recenseada e aplaude a iniciativa, que, diz, “reduz muito as burocracias”. Confessa, no entanto, que não presta muita atenção ao processo eleitoral.
António Leitão tem 21 anos e é recenseado. “O projecto traz muitas vantagens”, afirma. Contudo, o jovem é da opinião de que “os jovens hoje em dia já não se interessam tanto pela política”