Uma equipa de investigadores da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP)desenvolveu um projecto que permite auxiliar o diagnóstico de otites através de um sistema de cor.

O aparelho funciona como um termómetro digital que, através da emissão de luz e de um valor numérico, permite identificar as patologias que se pretendem verificar. Potencialidades que, para João Manuel Tavares, coordenador do projecto, vão ajudar sobretudo pediatras e médicos de clínica geral, permitindo “libertar essa subjectividade e a necessidade de ter tanta experiência para fazer o diagnóstico”.

Georgeta Oliveira, pediatra e co-orientadora do projecto refere que “muitas vezes o diagnóstico é difícil, ou porque não conseguimos visualizar correctamente a membrana do tímpano, ou porque a criança é pouco colaborante”. Assim, e porque as crianças são as mais afectadas pela doença, o projecto possui duas versões: uma de utilização caseira e uma versão profissional.

Rodrigues Rodrigues, director do serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Pedro Hispano, onde o aparelho foi testado, afirmou ao JPN que este “ainda está numa fase em que não está perfeitamente codificada a sua potencialidade”. Ainda assim, e apesar da versão caseira poder “conduzir a erros e a falsos diagnósticos”, o especialista acredita que poderá ser um meio auxiliar “no despiste da patologia do ouvido não normal”.

Por enquanto, João Manuel Tavares garante que estão à espera de parceiros para comercializar o produto, que também pode ser aplicado na área da dermatologia. “Estamos em conversações com a Tomorow Options mas não há nada concreto”, refere o JPN.

O projecto de diagnóstico médico baseado no sistema de cor foi desenvolvido no âmbito da tese de mestrado de José Soeira Mestrado em Design Industrial. Para além de João Manuel Tavares e Georgeta Oliveira, o trabalho envolveu ainda a colaboração de Joaquim Mendes e Jorge Reis, ambos docentes na FEUP.