Brad Turcotte lançou o seu website de “open source music” em 2002 e tornou-se, assim, músico pioneiro do movimento social que promove a liberdade de distribuição e modificação e se mostra contra as leis de copyright que considera demasiado restritivas.

Em entrevista por email ao JPN, Brad Turcotte refere que, antes da implementação do MP3, ser músico era algo complicado e atribui ao novo formato a “culpa” pelo surgimento de uma forma diferente de fazer música e promovê-la. Antes, “tinhas de encontrar uma editora, estar constantemente em digressão, esperar ser descoberto. Com o MP3 foi simples para mim: fazer estes pequenos ficheiros, fazê-los chegar até às pessoas e esperar que elas gostem da tua música”, explica Brad Turcotte.

O certo é que nada foi igual após o “advento” do MP3. O processo tradicional de fazer música, que passa por investir “imenso dinheiro logo de uma vez, colocar-te em dívida para com a editora e pagar essa dívida com o que ganhares durante uma eternidade” está a “mudar rapidamente”, realça Brad. Por isso mesmo, “não há um modelo que funcione com toda a gente. Terás de estar a inventar constantemente. Acho que a adaptabilidade irá ser o denominador comum entre artistas bem sucedidos”, revela o músico.

Ainda assim, a última palavra cabe sempre, e cada vez mais, ao público. “Penso que o facto de os fãs terem acesso mais directo aos artistas como seres humanos em vez de marcas só ajudará a eliminar intermediários”, refere.

Brad prevê também que o recente “boom” de projectos alternativos que conseguem milhares de fãs em tempo record não vai parar tão cedo. Mas “o que interessa aos artistas e aos investidores irá mudar. É o mesmo fenómeno que faz certos websites mais populares a cada semana que passa.”